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Estado de Minas

Empreiteiras n�o prestaram contas de consultorias feitas por empresa de Jos� Dirceu

Empreiteiras n�o comprovam servi�o prestado pelo ex-ministro da Casa Civil Jos� Dirceu. Pol�cia Federal quer ouvi-lo sobre a inexist�ncia de presta��o de contas de suas consultas


postado em 26/04/2015 06:00 / atualizado em 26/04/2015 08:13

José Dirceu cumpre prisão domiciliar em Brasília, depois de ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do processo do mensalão (foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press )
Jos� Dirceu cumpre pris�o domiciliar em Bras�lia, depois de ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do processo do mensal�o (foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press )

Bras�lia – Empreiteiras investigadas na Opera��o Lava-Jato informaram � Pol�cia Federal que n�o t�m nenhuma presta��o de contas dos servi�os de consultoria da empresa do ex-ministro da Casa Civil Jos� Dirceu. N�o h� relat�rios, fotos de palestras, atas de reuni�es ou resumo de neg�cios que foram aprovados gra�as � intermedia��o da JD Assessoria e Consultoria. A suspeita dos investigadores � de que as consultorias tenham sido usadas, ao menos em parte, para mascarar pagamentos de propinas de contratos superfaturados com a Petrobras.

Um dos procuradores da for�a-tarefa da opera��o, Carlos Fernando Lima, disse ao Estado de Minas que � improv�vel que essas consultorias sejam reais, mesmo para abrir portas, como alegou G�rson Almada, executivo da Engevix. Ele quer tomar o depoimento do presidente da holding Camargo Corr�a, V�tor Hallack, para esclarecer o trabalho prestado � empreiteira. A PF estuda ouvir o pr�prio Dirceu sobre a inexist�ncia de presta��o de contas de seus servi�os. As pr�prias empreiteiras, depois de procuradas por v�rios dias pela reportagem, negaram qualquer informa��o sobre o resultado efetivo dessas consultorias.

A assessoria de Dirceu nega irregularidades. “A rela��o comercial da JD com as construtoras investigadas n�o tem qualquer v�nculo com os contratos das empreiteiras com a Petrobras”, afirmaram os auxiliares do ex-ministro ao jornal. “As construtoras investigadas tamb�m se manifestaram publicamente e em depoimento � Justi�a, confirmando que a JD foi contratada e trabalhou na presta��o de servi�os no exterior.” Dirceu se ofereceu para prestar esclarecimentos � pol�cia e afirmou que sua empresa encerrou as atividades.

Em 17 de mar�o, Almada disse � 13ª Vara Federal de Curitiba que fez pagamentos ao operador Milton Pascowitch, que trabalhava para o estaleiro ERG, vinculado � empreiteira. Os recursos eram para atender ao PT. A PF suspeita que Pascowitch pagava propinas no esquema de corrup��o da Petrobras. “O Milton veio falar: ‘Olha, G�rson, acho que voc� precisa manter um relacionamento com o partido, voc� precisa manter um relacionamento com um partido, voc� precisa manter um relacionamento com o cliente, e eu me proponho a fazer isso”, declarou o executivo, preso desde novembro do ano passado.

Almada disse que Pascowitch, cuja empresa pagou R$ 1,4 milh�o � JD Consultoria, indicou os servi�os do ex-ministro � Engevix. O executivo atestou que Dirceu prestou servi�o no exterior e era um “brilhante open door”, ou “abridor de portas” em “vendas em toda a Am�rica Latina, Cuba e �frica”, locais onde o ex-ministro “tinha um capital humano de relacionamento muito forte”.

O procurador Carlos Fernando duvida. Para ele, os servi�os podem at� ser necess�rios � Engevix e outras clientes da JD, como a UTC e a Camargo Corr�a — cujos executivos confessaram pagamentos de propina no esquema da Petrobras. “Voc� pediria para uma mesma pessoa fazer a mesma atividade no mesmo per�odo sabendo que ela est� atuando para todos os concorrentes?”, afirmou Fernando. “� incompat�vel a ideia de que ele prestou lobby para cinco empreiteiras ao mesmo tempo. Isso foge de qualquer razoabilidade comercial.” Lima disse que a atua��o era sempre “nos mesmos pa�ses”, como Peru, Cuba e Venezuela.

HABILIDADE

Dirceu cumpre pris�o domiciliar em Bras�lia ap�s ser condenado no mensal�o. Sua assessoria disse que o ex-ministro “possui ineg�vel e reconhecida capacidade de an�lise de conjuntura pol�tica e econ�mica do Brasil e, sobretudo, da Am�rica Latina, Europa e Estados Unidos”. “Tal capacidade � reconhecida internacionalmente e foi de fundamental import�ncia para a JD construir sua reputa��o e sua clientela.” A JD atendeu cerca 60 clientes e quase 20 setores diferentes da economia, segundo a assessoria.

A JD recebeu R$ 29 milh�es entre 2006 e 2013. Desse valor, R$ 10 milh�es (35%) foram para empresas envolvidas na Lava-Jato e citadas em parecer do Minist�rio P�blico no inqu�rito sobre a empresa de Dirceu. Procurada, a Camargo Corr�a silenciou. A OAS disse que todos os seus contratos seguem a lei e que “exerce suas atividades com integridade e pautada pela conduta �tica”. A Engevix nada esclareceu, assim como a UTC, a Egesa e a Delta, nova dona da Sigma. A CamaA Galv�o Engenharia resumiu a atua��o de Dirceu: “Foram contratados, prestados e pagos servi�os de consultoria voltados para expans�o internacional da companhia”. A reportagem n�o localizou a Jamp e nem representantes de Pascowitch.


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