
O senador petista advogou a tese de que seria preciso ouvir a opini�o de Manoel Dias, ministro do Trabalho e representante do PDT no governo. Dias preferiu dizer que a vers�o apresentada a ele por Lupi - cujo depoimento sobre o PT foi gravado - foi diferente, sem as cr�ticas contundentes ao partido aliado. Questionado se fica constrangido em permanecer no governo, Dias respondeu que n�o. "Me dou por satisfeito com a resposta dele (Lupi)."
O ministro disse que a decis�o sobre a participa��o do PDT na administra��o Dilma Rousseff cabe ao Diret�rio Nacional. No dia 15 de maio vai ocorrer uma reuni�o do comando partid�rio, mas a sa�da da legenda do governo n�o est� na pauta.
No governo, a estrat�gia adotada foi a de evitar responder diretamente a Lupi para n�o alimentar ainda mais a pol�mica. Segundo um interlocutor direto de Dilma, a resposta ao dirigente do PDT teria de partir do PT. A avalia��o do interlocutor � de que as declara��es de Lupi s�o ruins e desagradam, mas n�o afetam a rela��o do partido aliado com o governo. O interlocutor ainda afirmou que Lupi "foi ing�nuo de achar que n�o estava sendo gravado, mas jogou para a plateia do partido", lembrando que o pedetista foi um dos "faxinados" no primeiro mandato da presidente.
Na reportagem, o dirigente pedetista, ex-ministro dos governos Lula e Dilma, disse que o PT "se esgotou". "O PT exauriu-se, esgotou-se. Olha o caso da Petrobras. A gente n�o acha que o PT inventou a corrup��o, mas roubaram demais. Exageraram. O projeto deles virou projeto de poder pelo poder", afirmou Lupi na quinta-feira em encontro com correligion�rios em S�o Paulo. A fala ocorreu um dia ap�s a Petrobras divulgar que a perda da estatal com corrup��o foi de R$ 6,2 bilh�es.
O presidente nacional do PT, Rui Falc�o, afirmou que conversou com Lupi e que ele desmentiu as cr�ticas e disse que "suas frases foram pin�adas e que n�o acusou o PT de ladr�o, nem que os petistas roubaram". O partido e integrantes da c�pula n�o se manifestaram em redes sociais, como tem sido praxe quando a legenda � criticada.
'Graves'
Um dos vice-presidentes do PT, o deputado federal Jos� Guimar�es (CE), l�der do governo na C�mara, classificou como "graves" as declara��es de Lupi. Guimar�es disse que � preciso discutir com o aliado para evitar a sa�da do PDT da base de apoio da Dilma.
Ele destacou ainda que a fala do presidente do PDT ocorre no momento em que o governo tenta melhorar a rela��o pol�tica com os partidos da base - com a assun��o da tarefa de articulador pelo vice-presidente Michel Temer. "Um partido importante como o PDT sair da base � preju�zo. Por mim, fica", disse Guimar�es.
Para tentar reduzir o mal-estar, Carlos Lupi telefonou para dirigentes do PDT ao longo do dia de ontem. Apresentou a vers�o de que suas declara��es foram retiradas do contexto. Lupi conversou por telefone no in�cio da noite com Manoel Dias.
O presidente do PDT afirmou que desde o ano passado o partido tem tido diverg�ncias com o governo. E disse que a alian�a n�o pode ser baseada apenas na participa��o em um minist�rio, mas precisa ter uma participa��o efetiva na formula��o de propostas.
Lupi disse que, por ora, n�o est� no radar do partido deixar a base de apoio de Dilma. "Amanh� se tiver uma decis�o para sair do minist�rio, ele (Manoel Dias) sai na mesma hora", afirmou. O pedetista rebateu a afirma��o de Humberto Costa, que o chamou de boquirroto. "Cada um fala o que pensa e eu posso achar o mesmo dele."
Atualmente o PDT ocupa, com Manoel Dias, somente a pasta do Trabalho. O partido conta com 19 dos 513 deputados da C�mara e seis dos 81 senadores.