Bras�lia - O presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Antonio Gustavo Rodrigues, admitiu que o sistema de intelig�ncia financeira funciona bem, mas que �s vezes � dif�cil desconfiar de uma opera��o que tem apar�ncia de normalidade. "S�o bilh�es de transa��es que ocorrem todos os dias. Se eu virar corrupto de um dia para o outro e depositar R$ 10 mil na minha conta, como � que o banco vai descobrir? Isso vai chamar a aten��o? Pelo meu movimento, n�o."
Sobre o fato da mulher de Jo�o Vaccari, tesoureiro do PT, efetuar saques picados para evitar que o banco comunicasse a opera��o ao Coaf, o que ocorre em v�rias investiga��es, Antonio Gustavo afirma que, no caso dos bancos h� uma norma do Banco Central que diz que eles devem comunicar opera��es acima de R$ 10 mil que sejam suspeitas. "Devem olhar a situa��o, a lista de alertas, verificar se � suspeita e comunicar. N�o � qualquer opera��o acima de R$ 10 mil. Tem o valor agregado de o banco conhecer o cliente. Se achar suspeito, comunica. Tem um segundo grupo, que � de natureza autom�tica. No caso dos bancos, qualquer saque ou dep�sito em esp�cie acima de R$ 100 mil tem de ser comunicado se houver suspeita ou n�o. Se forem dois saques de
R$ 50 mil, o banco deve perceber isso como tentativa de burla � comunica��o autom�tica e considerar como suspeita. O mesmo se o cara fez tr�s saques de R$ 33 mil ou um de R$ 99 mil", diz
Questionado se o criminosos n�o estariam aproveitando do fato dos bancos n�o comunicarem ao Coaf sobre opera��es financeiras abaixo de
R$ 10 mil, Antonio Gustavo afirma que da �ltima vez em que um levantamento foi feito, 20% das notifica��es recebidas pelo �rg�o de bancos eram inferiores a R$ 10 mil. "Se os bancos pegam um cara (com opera��o suspeita de) R$ 500, R$ 1 mil, eles comunicam. Tem situa��es em que a comunica��o tem valor zero. A pessoa foi l� fazer uma proposta de opera��o que n�o se consumou e eles comunicam. Voc� baixar R$ 1 mil, com o volume de transa��es que ocorre todo dia? A gente vai ser entupido de informa��o e perde o foco", avalia.
BC
Para o presidente do Coaf � papel do Banco Central fiscalizar se os bancos est�o falhando nas comunica��es com o �rg�o. "S�o bilh�es de transa��es que ocorrem todos os dias. Depois que o cara � bandido, tudo o que ele fez est� errado. O problema � voc� descobrir isso no dia a dia. Tem situa��es que podem envolver funcion�rio, gerente (do banco), que eventualmente participe de algum esquema. Pode haver falha do sistema? Pode. Se eu virar corrupto de um dia para o outro e depositar R$ 10 mil na minha conta, como � que o banco vai descobrir?
Isso vai chamar a aten��o? Pelo meu movimento, n�o. Depois que eu virar corrupto famoso, todo mundo vai dizer: 'O banco n�o comunicou'. O banco tem cliente de baixo risco. Se esse cara sai do trilho, vai ser muito mais dif�cil de ele pegar" diz.