H� uma semana, o governo italiano de Matteo Renzi anunciou que deu o sinal verde para a extradi��o de Pizzolato, condenado em 2013 no caso do mensal�o a 12 anos e sete meses de pris�o por ter autorizado um repasse de R$ 73,8 milh�es que o banco mantinha no Fundo Visanet para uma das empresas de Marcos Val�rio de Souza, operador do mensal�o. Em troca, recebeu propina de R$ 336 mil. Pizzolato fugiu para a It�lia com um passaporte falso e acabou sendo preso pouco antes de sua condena��o no Brasil.
Agora, a reportagem confirmou com fontes envolvidas no processo de extradi��o no Brasil e na It�lia que a possibilidade de um recurso era o que estaria adiando o retorno do brasileiro. Originalmente, as autoridades programaram levar Pizzolato para Bras�lia na �ltima quinta-feira, dia 23. Depois, a informa��o � que ele estaria liberado somente a partir do dia 11 de maio.
"Todos cidad�o italiano tem direito de questionar um pronunciamento do governo", disse ao Estado Miqueli Gentiloni, advogado que defendeu o Brasil no caso. Ele explicou que, agora, a disputa sequer envolve o governo brasileiro, j� que se trata de um caso entre Pizzolato e o Minist�rio da Justi�a italiana. "N�o h� nada que o Brasil possa fazer agora", indicou.
Gentiloni indicou que n�o foi informado se um recurso foi apresentado. "Mas de todas as formas isso n�o passaria mais por mim. Meu trabalho j� terminou", explicou.
Ao jornal de Bolonha Il Resto del Carlino, o advogado de Pizzolato, Alessandro Sivelli, confirmou que entraria com um recurso. Nesta quinta, o advogado se recusou a comentar se havia depositado qualquer tipo de iniciativa para barrar a extradi��o. "N�o falaremos com a imprensa e n�o daremos qualquer detalhe", declarou seu escrit�rio.
O governo brasileiro esta ciente da possibilidade de recurso no caso Pizzolato, mas trata a hip�tese com reservas porque quer demonstrar para a It�lia que seu entendimento � o de que vale o tratado.
Nesse sentido, o Brasil encara oficialmente o assunto como se a extradi��o estivesse resolvida, embora as autoridades saibam que h� brecha para recurso. Para evitar constrangimento de ir buscar Pizzolato e ser impedido por causa de um poss�vel recurso, o Brasil deve aguardar uma defini��o da defesa do ex-diretor.
Segundo explicaram ao Estado fontes do Minist�rio da Justi�a, se um caso � entregue ao Tribunal Administrativo em car�ter de urg�ncia, ele � rapidamente considerado e, em poucos dias, Pizzolato poderia ser liberado para aguardar o julgamento em liberdade. Uma audi�ncia, por�m, seria estabelecida apenas dois meses depois, na qual o governo teria de justificar o motivo pelo qual deu o sinal verde para a extradi��o.
Por enquanto, o Minist�rio da Justi�a da It�lia n�o recebeu qualquer notifica��o, o que poderia significar que o caso ainda n�o foi considerado ou que n�o existe uma decis�o final.
Para representantes brasileiros em Roma, n�o existe mais recurso, j� que o tratado de extradi��o prev� que a palavra do ministro da Justi�a � a �ltima inst�ncia. As autoridades brasileiras continuam trabalhando com a possibilidade de embarcar Pizzolato em um voo ao Brasil a partir de 11 de maio, data que coincide com o fim do prazo que se daria para qualquer novo recurso.