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Estado de Minas

Pol�cia Civil desmonta esquema milion�rio de financiamento de campanha eleitoral no DF

A deputada distrital Telma Rufino e o ex-diretor de Transporte Urbano do DF, Marco Antonio Campanella s�o alvo da Opera��o Trick


postado em 02/05/2015 10:16 / atualizado em 02/05/2015 10:21

A Pol�cia Civil desbaratou um esquema milion�rio de lavagem de dinheiro para financiamento de campanhas eleitorais no Distrito Federal. Na primeira etapa, realizada ontem, dois pol�ticos do Partido da P�tria Livre (PPL) s�o suspeitos de serem beneficiados pelas fraudes, que podem chegar a R$ 100 milh�es. A deputada distrital Telma Rufino (PPL) e o ex-diretor do Transporte Urbano do DF (DFTrans) Marco Ant�nio Campanella s�o alvo da Opera��o Trick, que promete revelar a participa��o de outros pol�ticos em futuras etapas da investiga��o. A Procuradoria Geral de Justi�a do Minist�rio P�blico do Distrito Federal e Territ�rios (MPDFT) tamb�m participa da opera��o.

A investiga��o conduzida pela Coordena��o de Repress�o aos Crimes contra o Consumidor, � Ordem Tribut�ria e a Fraudes (Corf) envolve 55 empresas fantasmas e 19 estabelecimentos reais. De acordo com o coordenador-geral da Corf, Jefferson Lisboa, os envolvidos na organiza��o criminosa criavam empresas falsas com o intuito de pedir empr�stimos ao Banco do Brasil, mas n�o pagavam pela opera��o, j� que os estabelecimentos n�o existiam. Os pedidos variavam entre R$ 800 mil e R$ 1,4 milh�o.

Para legalizar o dinheiro, os envolvidos faziam compras em mercados reais — respons�veis pelas emiss�es de notas frias. “Depois que o dinheiro do empr�stimo ca�a em conta, os suspeitos faziam compras em estabelecimentos para os valores sa�rem limpos”, detalhou o delegado. S�rgio Eneas Silva, gerente de uma ag�ncia banc�ria em Taguatinga, � apontado pela Corf como um dos chefes do grupo. Ele facilitava a opera��o dentro do BB. Tamb�m � dono do bar e restaurante All Dublin, localizado em �guas Claras. No mesmo endere�o estavam registradas duas empresas fantasmas.

O grupo tamb�m era chefiado por outros dois suspeitos. Rog�rio Gomes Amador e Edigard Eneas da Silva seriam mentores das cria��es das empresas fantasmas. Edigard foi nomeado, em 11 de abril de 2014, subsecret�rio de Qualifica��o e Capacita��o Profissional da Secretaria de Estado de Trabalho do DF. Outro funcion�rio do Banco do Brasil, identificado como Gustavo Moura, � investigado como facilitador da organiza��o criminosa. A Corf apura o quanto cada servidor recebia para articular as movimenta��es. “Outras pessoas tamb�m s�o investigadas por supostamente receberem dinheiro das empresas fantasmas ap�s o empr�stimo. Essa � a primeira fase da opera��o e ser� investigado o valor exato que cada benefici�rio pode ter recebido”, diz Jefferson.

32 mandados

Na madrugada de ontem, policiais cumpriram 32 mandados de condu��es coercitivas e 36 de busca e apreens�o nas resid�ncias dos envolvidos e nos endere�os das empresas reais. Investigadores estiveram em �guas Claras, Sobradinho, Vicente Pires, Taguatinga, Ceil�ndia, Samambaia, Gama, Riacho Fundo e no Setor de Hot�is e Turismo Norte (SHTN). A opera��o tamb�m contou com o apoio da Pol�cia Civil de Goi�s, uma vez que houve cumprimento de buscas em regi�es do Entorno do DF. Entre os objetos apreendidos, est�o documentos, computadores, carros, dinheiro e uma bicicleta.

Campanella e os demais suspeitos foram conduzidos ao Departamento de Pol�cia Especializada (DPE) para prestar depoimento. Por ser parlamentar, Telma Rufino tem foro especial e pode agendar dia e local para ser ouvida. A resid�ncia onde ela mora, por�m, foi alvo de mandado de busca e apreens�o. Neste caso, quem conduz a investiga��o � a Procuradoria Geral de Justi�a do MPDFT.

Para a candidatura, Telma Rufino recebeu R$ 592.184,44 em doa��es. Desse montante, R$ 65.364,44 foi dinheiro da pr�pria deputada. Os dados est�o na presta��o de contas eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O valor confronta a declara��o anual do Imposto de Renda feita pela distrital em 2014 — uma vez que os rendimentos tribut�veis dela, naquele ano, alcan�aram R$ 17.567,76, ou seja, Telma gastou com a campanha quase quatro vezes mais do que recebeu em 2013. O documento foi publicado ontem no Di�rio da C�mara Legislativa.

Ela tamb�m teve como um dos maiores financiadores de campanha Jos� Tatico, dono do Supermercado Tatico. Do total doado por fornecedores para a candidatura da parlamentar, R$ 360 mil foram dados pelo empres�rio. J� Campanella, que � presidente regional do PPL, ofereceu R$ 520 para a atual distrital. Tatico emprestou o nome e a imagem para que Telma pedisse votos em cidades da capital e do Entorno.

Telma Rufino esclarece que o valor publicado pelo Di�rio da C�mara Legislativa refere-se aos rendimentos recebidos enquanto funcion�ria da Ger�ncia de Arniqueira, nos primeiros meses de 2014. No ano anterior, a parlamentar recebeu mais de R$ 63 mil em rendimentos tribut�veis, dos quais utilizou parcela consider�vel para investimentos em sua campanha. Telma Rufino tamb�m fez empr�stimos junto a institui��es financeiras, entre eles o Banco de Bras�lia, usados para custear seus gastos no pleito eleitoral de 2014.

Quebra de sigilo


A Justi�a autorizou a quebra do sigilo fiscal e banc�rio dos investigados, com exce��o de Telma. A pol�cia investiga se o dinheiro gerado pela fraude teria sido doado para campanha de candidatura da distrital e de Campanella, que concorreu ao �ltimo pleito para deputado federal. Essa � a primeira fase da opera��o e, por enquanto, n�o envolve pris�o. A Pol�cia Civil investiga a a��o fraudulenta h� 1 ano e 7 meses. Novas fases devem ser desencadeadas ap�s os depoimentos e a coleta de dados.


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