S�o Paulo e Genebra - A for�a-tarefa da Lava-Jato encaminhou � Su��a um pedido de colabora��o para que sejam feitas buscas e apreens�es na resid�ncia e at� no escrit�rio do empres�rio Bernardo Freiburghaus, apontado como um dos operadores de propina no esquema de desvios da Petrobras no pa�s europeu. O pedido foi encaminhado no final de abril �s autoridades su��as via Departamento de Recupera��o de Ativos e Coopera��o Jur�dica Internacional do Minist�rio da Justi�a.
Segundo o ex-diretor da Petrobras e tamb�m delator Paulo Roberto Costa, Freiburghaus foi o respons�vel por abrir e operar suas contas na Su��a por onde passaram ao menos US$ 31,5 milh�es em propinas recebidas da Odebrecht. De acordo com o delator, foi o pr�prio diretor da Odebrecht Plantas Industriais, Rog�rio Ara�jo, que teria lhe indicado o operador na Su��a para abrir as contas onde eram recebidos os recursos a t�tulo de "pol�tica de bom relacionamento" da empreiteira com ele.
Al�m disso, Freiburghaus � investigado tamb�m pelas autoridades do pa�s europeu, que suspeitam que o brasileiro tenha contribu�do para a lavagem de dinheiro decorrente do esc�ndalo na Petrobras e que acarretou no congelamento de US$ 400 milh�es por parte das autoridades de Berna.
Berna confirmou que sabia que o pedido seria feito e que j� havia iniciado um levantamento das atividades do operador, que no pa�s europeu usa sua identidade su��a para se apresentar. As contas j� bloqueadas em nome dos ex-diretores da Petrobras foram movimentadas por Freiburghaus, que tinha inclusive os c�digos e procura��es para fazer dep�sitos e saques em nome dos delatores.
Um exame dos documentos ainda � uma das apostas dos su��os para tentar determinar se o operador sabia que o dinheiro era de fato fruto de corrup��o e at� que ponto ele reconhece que os dep�sitos foram realizados pela Odebrecht. Se essa suspeita for confirmada, Freiburghaus poder� ser investigado por lavagem de dinheiro, crime que o valeria de 3 a 5 anos de pris�o na Su��a.
Com este pedido, a for�a-tarefa tenta avan�ar nas investiga��es da Odebrecht, maior empreiteira do Brasil e suspeita de envolvimento com o cartel de empresas que cartelizava licita��es na Petrobras e pagava propina no esquema que abastecia caixas de PT, PMDB e PP.
H� 15 dias, no �nico encontro do doleiro com um jornal brasileiro, Freiburghaus ofendeu a reportagem ao ser questionado sobre o caso da Petrobras e garantiu: "N�o conhe�o ningu�m". Ele n�o explicou porque se mudou para Genebra desde que o caso veio � tona no Brasil.
Ele se recusou a comentar o fato de que os ex-diretores da Petrobras revelaram em dela��o premiada no Brasil que ele seria o operador respons�vel pelas contas na Su��a, abertas para receber as propinas no esc�ndalo revelado pela Opera��o Lava-Jato.
Quando foi informada sobre a dela��o de Paulo Roberto Costa, a Odebrecht negou as acusa��es do ex-diretor e reiterou que n�o fez pagamentos ou dep�sitos para Costa e nem para qualquer outro executivo ou ex-diretor da estatal.