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Estado de Minas

Corrup��o e outros problemas levam PT a enfrentar crise

A um ano do in�cio da campanha para as elei��es municipais, petistas admitem que partido ter� agenda dif�cil. Maior problema � criar discurso para enfrentar a crise e as den�ncias


postado em 11/05/2015 06:00 / atualizado em 11/05/2015 07:11

Bras�lia – Questionado eticamente por causa do mensal�o e dos esc�ndalos da Petrobras, sem o protagonismo pol�tico no Congresso – “eles s� ganham uma quando n�s temos pena”, garganteou o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – e com a presidente da Rep�blica refugiada para n�o ser hostilizada publicamente, o PT perdeu, nas palavras dos pr�prios petistas, a capacidade de inovar, enredando-se nos pr�prios problemas, o que agrava ainda mais o fosso onde a legenda est� afundada. A um ano do in�cio da campanha para as elei��es municipais de 2016, o PT admite que as perspectivas a longo prazo s�o sombrias. “Estamos em uma agenda dif�cil, que n�o conseguimos superar. Se n�o atravessarmos esta fase, n�o poderemos falar de futuro. E n�s precisamos falar de futuro, de investimentos, de virada de p�gina”, admitiu o l�der do governo no Senado, Delc�dio Amaral (PT-MS).

 

A agenda dif�cil a que Delc�dio se referiu � reportagem inclui a aprova��o do ajuste fiscal em tramita��o no Congresso. E elas s� agravam o pesadelo petista. Os aliados – incluindo o historicamente fiel PCdoB – cobraram dos petistas que “mostrassem a cara e defendessem o ajuste”, n�o deixando aos demais partidos da coaliz�o a pecha de respons�veis por ferir os direitos dos trabalhadores.

Na �ltima quarta-feira, durante a vota��o da MP 665, que altera as regras do seguro-desemprego e do abono salarial, choveram notas falsas de d�lar com as esfinges de Dilma, Lula e do ex-tesoureiro do PT, Jo�o Vaccari Neto, sobre a cabe�a dos deputados, com a frase petrod�lares. No dia anterior, durante a propaganda eleitoral na televis�o, um discurso datado, repetindo o mantra de inclus�o social e manuten��o de empregos, pouco empolgou os parlamentares.

“A propaganda do Jo�o Santana refor�a a tese de que o PT n�o entendeu que o momento � outro”, reconheceu um parlamentar, que pediu para n�o ser identificado. “Na televis�o o que se viu foi um discurso da campanha eleitoral de 2010, que levou Dilma pela primeira vez ao Planalto”, prosseguiu o parlamentar. O problema, segundo este petista, � que milhares de pessoas foram �s ruas em 2013 pedir algo mais. “Eles nos disseram: fomos inclu�dos, n�o passamos mais fome, temos escola e emprego. Agora, quero mais. E o PT est� sem ter o que mostrar para esse povo”, acrescentou o filiado petista.

H� dois meses, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva reuniu-se com senadores petistas para avaliar a crise. Defendeu que o partido se reinventasse. “Precisamos buscar novas utopias”, disse Humberto Costa, l�der do partido no Senado, durante o mesmo encontro. Nada mudou de l� para c�. “Estamos t�o preocupados com o presente que o futuro, sim, nos parece ut�pico”, disse outro petista.

PANELA�O Ao t�rmino da propaganda eleitoral da �ltima ter�a, tendo Lula como porta-voz direto das realiza��es do governo, foi feita uma convoca��o para a milit�ncia: o 5º Congresso Nacional do PT, marcado para  11 a 14 de junho, em Salvador. “At� l�, precisamos pensar os nossos caminhos. A situa��o � complexa mas d� para reagir”, torce o vice-l�der do governo na C�mara Carlos Zarattini (PT-SP).

Zarattini, que foi relator de uma das MPs do ajuste, a 664, que introduz mudan�as nas pens�es e pode ressuscitar um debate pol�mico – o fim do fator previdenci�rio – acha que o PT voltou a ter uma pegada unida em plen�rio na �ltima semana. Esqueceu de mencionar que a bancada de deputados teve que ser enquadrada pelo ministro das Comunica��es, Ricardo Berzoini, para votar com o governo.

“O debate em torno do projeto de lei da terceiriza��o tamb�m foi importante, porque trouxe os sindicatos novamente para o nosso lado”, completou Zarattini. O l�der governista reconhece que trazer antigos aliados para o seu lado ainda � um caminho muito longo para a reconstru��o da imagem do PT junto a outros setores da sociedade, que j� foram simp�ticos � legenda e que, hoje, batem panela quando a estrela vermelha aparece na televis�o. A situa��o � t�o cr�tica que os protestos j� foram devidamente incorporados. “Ningu�m se assustou com o panela�o de ter�a-feira. Talvez porque tenha sido menor do que o do dia 8 de mar�o (15 estados ante 22 durante pronunciamento de Dilma no dia Internacional da Mulher”, disse um desalentado militante partid�rio.

“A curto prazo n�o h� muito o que fazer”, vaticinou o cientista pol�tico da Funda��o Escola de Sociologia e Pol�tica de S�o Paulo, Rui Tavares Maluf. Para ele, a economia oscilante, o fantasma do desemprego, aliado ao debate �tico-moral dificultam a vida do PT. “Mesmo que haja uma rea��o a m�dio e longo prazo, acho dif�cil que o partido retome o tamanho que teve no auge do seu per�odo de poder, entre 2003 e 2013”, acredita o cientista pol�tico.

Os problemas do PT

Dilma Rousseff
» A presidente da Rep�blica, aconselhada pelos seus assessores, tem se isolado do contato p�blico. N�o gravou pronunciamento no Dia do Trabalho, n�o apareceu na propaganda do PT e n�o foi ao Rio comemorar os 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial com medo de ser vaiada

Economia
» A infla��o deu uma desacelerada em abril, mas ainda est� acima do centro da meta e s� deve voltar ao controle, segundo o Banco Central, no fim do ano que vem. As montadoras do ABC Paulista colocaram os trabalhadores em f�rias coletivas e as propostas de ajuste fiscal desagradam � base social e aos sindicalistas

Corrup��o
» A sucess�o de den�ncias na Petrobras culminou com a pris�o do ex-tesoureiro do partido Jo�o Vaccari Neto. O PT � acusado de comandar o maior esquema de corrup��o investigado na hist�ria do pa�s

PMDB
» A legenda est� completamente a reboque do PMDB, tanto na C�mara quanto no Senado. Eduardo Cunha e Renan Calheiros desafiam o Planalto diariamente, a ponto de a presidente da Rep�blica ter sido obrigada a entregar a coordena��o pol�tica ao PMDB, do vice-presidente Michel Temer.

Lula
» O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva ainda � um mito na legenda e entre os eleitores mais humildes. Mas os �ltimos protestos mostraram que o petista, que governou o pa�s por dois mandatos seguidos, n�o est� imune �s cr�ticas.


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