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Estado de Minas

Pol�ticos eram chamados de 'bandidos' por grupo de Youssef


postado em 12/05/2015 11:49 / atualizado em 12/05/2015 13:28

S�o Paulo e Curitiba - Apontado como um dos respons�veis por organizar as entregas de dinheiro do doleiro Alberto Youssef, o carregador de dinheiro Rafael �ngulo Lopes detalhou na �ltima quinta-feira, 7, � for�a-tarefa da Lava Jato como era operado o repasse de dinheiro pelo doleiro. Ele disse que utilizava planilhas com a denomina��o "band", em refer�ncia a bandidos, quando as entregas eram feitas para pol�ticos.

A pr�tica, segundo �ngulo, come�ou a partir de uma conversa com Youssef em que, ao questionar o doleiro sobre determinada entrega feita a um pol�tico, ele teria ouvido: "'anota pro Bando' ou 'anota pra este bandido', referindo-se a um pol�tico; que em raz�o disso o declarante abreviou o termo como forma de se recordar dos pol�ticos e passou a utilizar a express�o band", disse em seu depoimento � Pol�cia Federal. Segundo ele, a denomina��o mais frequente utilizava por Youssef era a de "bandidos".

Mais novo delator da Lava Jato, �ngulo come�ou a contar o que sabe �s autoridades neste ano e inclusive j� encaminhou � Procuradoria-Geral da Rep�blica diversas planilhas com o "movimento di�rio de valores" no escrit�rio do doleiro. Al�m da documenta��o, ele revelou em detalhes como era o modus operandi do delivery de propina de Youssef.

Pol�ticos

No caso dos "bandidos", segundo a denomina��o utilizada pelo grupo, �ngulo revelou �s autoridades que teve um contato inicialmente com Jos� Janene, mentor do doleiro, e a partir de 2007 passou a "ter um relacionamento mais pr�ximo com outros agentes pol�ticos sempre acompanhado de Alberto Youssef", disse.

Al�m disso, ele contou que come�ou a ver pol�ticos irem ao escrit�rio de Youssef a partir de 2008 e, nestes casos, via de regra, os "bandidos" se reuniam inicialmente com o doleiro que, em seguida, pedia para ele separar determinada quantia de dinheiro e colocar em envelopes ou mesmo sacolas de shopping ou de supermercado. O dinheiro em esp�cie era ent�o repassado a Youssef "na frente dos pol�ticos" e, posteriormente, repassado para os pol�ticos na sua frente. "Por vezes, alguns pol�ticos j� iam ao escrit�rio portando uma maleta de viagem de boro ou pastas", relatou �s autoridades.

Viagens

Os "servi�os" de Youssef n�o se limitavam ao seu escrit�rio na capital paulista e tamb�m envolviam viagens para entregar dinheiro aos seus "clientes". Nestes casos, segundo o delator, o doleiro avisava que ele iria viajar e pedia para ele separar uma quantia em dinheiro e que "quando se tratava de pol�ticos, Youssef j� dizia ao declarante qual era o pol�tico destinat�rio da quantia antes da viagem", relatou. A partir da�, �ngulo contou que pegava o dinheiro no cofre da empresa do doleiro e utilizava "sempre meias tipo mei�es de futebol" para guardar o dinheiro.

Com as pernas "carregadas", ele ent�o se dirigia ao aeroporto, "normalmente de taxi", com carro pr�prio ou mesmo levado por algum funcion�rio do doleiro. Nas viagens, segundo relatou, al�m do dinheiro levava apenas bagagem de m�o e nunca levava o nome do destinat�rio ou endere�o de quem receberia o dinheiro. Toda a opera��o era acompanhada "ponto a ponto" por meio de contato telef�nico com o doleiro, a quem ele sempre avisava ao embarcar e desembarcar nos aeroportos. Com esse modus operandi, conta, nunca foi parado no aeroporto.

Ao voltar das viagens, que n�o duravam mais que um dia, �ngulo lan�ava a movimenta��o em suas planilhas de controle, mantidas apenas por ele. Em seu depoimento, contudo, ele cita apenas as entregas para o ex-deputado Andr� Vargas (sem partido) no ano de 2014. Em fevereiro daquele ano, menos de um m�s antes da deflagra��o da Lava Jato, ele fez tr�s repasses ao ent�o deputado. Sendo dois lan�amentos no dia 19, um no valor de R$ 365 mil e outro de R$ 135 mil, e outro no dia 26 daquele m�s, no valor de R$ 140 mil.

Gra�as a sua colabora��o, agora esta e outras planilhas est�o � disposi��o dos investigadores que poder�o rastrear com mais detalhes o caminho do dinheiro da lavanderia de Youssef aos pol�ticos.


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