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Estado de Minas

Desconfian�as dentro de governos dificulta execu��o de integra��o, diz Lula


postado em 13/05/2015 13:31 / atualizado em 13/05/2015 13:39

S�o Paulo - O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira, que os pa�ses sul-americanos precisam superar diverg�ncias pol�ticas e desconfian�as para tornar o discurso integracionista em pr�tica. "Precisamos transformar a ret�rica integracionista em coisas pr�ticas. N�s somos muito mais otimistas em nossos discursos, muito mais esquerdistas e progressistas, e mais conservadores na execu��o dos nossos discursos no dia a dia", disse Lula em um evento realizado pelo instituto que leva seu nome em parceria com a Uni�o de Na��es Sul-Americanas (Unasul).

Lula relatou o caso da poss�vel entrada do Brasil no Conselho de Seguran�a da ONU como um exemplo em que as diverg�ncias regionais foram contraproducentes. Ele argumentou que a entrada do Brasil no conselho j� era praticamente uma unanimidade e que a desconfian�a de outros pa�ses sobre uma poss�vel hegemonia do Brasil contribuiu para que a negocia��o n�o evolu�sse. "H� essa disputa entre n�s, um achando que o outro vai ter hegemonia sobre o outro. Enquanto a gente pensar assim, a gente vai andar muito pouco", avaliou.

O ex-presidente lembrou ainda epis�dios em d�cadas passadas que comprovariam a tese de desconfian�a m�tua e at� de um racha entre Brasil e outros pa�ses da Am�rica Latina. Para Lula, o Brasil era visto como "inimigo" e por isso passou de costas para a regi�o por 500 anos, assim como a regi�o ficou de costas para o Brasil. Ele citou a constru��o da usina de Itaipu na d�cada de 1970, que teve oposi��o da Argentina. "A Argentina argumentou que Itaipu era perigoso, que podia alagar Buenos Aires, amea�aram o Brasil at� com bomba at�mica."

Lula disse que esses fatores culturais somados ao "complexo de vira-lata" de parte da direita ainda geram obst�culos � integra��o comercial na Am�rica do Sul. Para ele, essa parte da direita ainda "teima em dizer" que n�o vale a pena a rela��o com o Mercosul e com outros blocos regionais. "No Brasil, tem pessoas de direita que se consideram avan�adas e dizem que a exporta��o de servi�os para (a constru��o do) porto de Mariel em Cuba ou para o metr� em Caracas � dar dinheiro para os outros", disse.

Integra��o de Legislativos

O ex-presidente Lula criticou em seu discurso os entraves burocr�ticos a acordos internacionais entre pa�ses sul-americanos. Disse que certa vez o Brasil ia fechar um acordo para importar bananas do Equador, mas que houve um problema de regula��o sanit�ria. "No Brasil a gente sempre tem um problema fitossanit�rio", reclamou, cobrando uma postura mais aberta. "Se todos os pa�ses quiserem s� vender, a gente n�o tem integra��o de cadeia produtiva cois�ssima nenhuma". Segundo o ex-presidente, a regi�o j� poderia ter avan�ado mais na cadeia produtiva de alimentos n�o fossem esses impasses. Ele citou tamb�m os setores naval e de avia��o como alvos de acordos que poderiam estar mais adiantados.

Lula prometeu buscar os l�deres legislativos no Brasil, presidente do Senado (Renan Calheiros) e da C�mara (Eduardo Cunha), para propor um encontro com lideran�as das casas legislativas e partid�rias de todos os pa�ses da regi�o. Lula argumentou n�o ser poss�vel que os acordos internacionais entrem "na fila normal dos projetos internos", o que leva a aprova��o de um acordo bilateral, por exemplo, demorar anos para ser aprovada no Congresso. "Estou convencido que nossa preocupa��o com integra��o passa por maior integra��o pol�tica dos nossos dirigentes."

O ex-presidente disse considerar "lament�vel" que disputas internas na regi�o levem a um comportamento "de quem vai agradar mais aos Estados Unidos". Ele defendeu que se lute por uma maior integra��o no desenvolvimento tecnol�gico e nas trocas comerciais. "Temos que ficar menos na depend�ncia do agrado que americanos podem fazer para gente." Ele abriu uma concess�o para um pa�s fora da regi�o: a China.

Disse que gosta da ideia de pa�ses sul-americanos buscarem parcerias com o gigante asi�tico e afirmou n�o ver mal em conseguir investimento chin�s via acordos bilaterais que cada pa�s pode fazer de maneira independente com a China, mas ressalvou em tom de brincadeira que o Pa�s n�o precisa de importa��o de m�o de obra. "Os chineses podem ajudar a resolver nossos problemas se cada pa�s fizer acordo com eles. A �nica coisa que n�o precisa aqui � mais 'chinezinho', porque aqui j� tem muito pobre para trabalhar."


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