Curitiba - Operadores ligados ao PT e ao PP foram presos nesta quinta-feira na 13ª fase da Opera��o Lava-Jato: est�o detidos desde cedo o lobista Milton Pascowith e Henry Hoyer, respectivamente. Segundo o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, � preciso investigar o “lobby para o PT” porque isso ainda n�o est� claro para a Pol�cia Federal e integrantes da for�a-tarefa do Minist�rio P�blico.
Em nota, a assessoria de Dirceu disse que o dinheiro para Pascowith se referia a servi�os para a Engevix, mas a empreiteira nega contratado os servi�os especificamente nesse caso. Almada disse que todos os pagamentos aos lobista eram atividades de representa��o, e n�o se tratava de propina. “O que ele chama de lobby, nos chamamos de corrup��o”, diz Carlos Fernando.
Em den�ncia apresentada � Justi�a, o Minist�rio P�blico disse que o ent�o tesoureiro do PT Jo�o Vaccari Neto sabia que recebia doa��es eleitorais originadas em desvios da Petrobras. O petista virou r�u por lavagem de dinheiro.
Operador da oposi��o
As investiga��es da Pol�cia Federal e do Minist�rio P�blico colidem com o argumento de parte dos deputados federais do PP de que n�o receberam dinheiro de corrup��o do esquema da Petrobras. O grupo que fazia oposi��o aos ex-l�deres da legenda na C�mara M�rio Negromonte (BA) e Jo�o Pizzolati (SC) e assumiu a sigla afirma que n�o poderia receber propinas porque a opera��o era feita pelo doleiro Alberto Youssef, que n�o tinha contato com eles. Mas, segundo o pr�prio doleiro e o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, o grupo dissidente tinha seu pr�prio operador: Henry Hoyer.
O procurador Carlos Fernando, ele atuava para a “ala do partido que havia se rebelado”. Essa ala tinha entre seus l�deres o deputado Aguinaldo Ribeiro (PB) e figuras como Jer�nimo Georgen (RS). Segundo o Minist�rio P�blico, o objetivo era minar inclusive a tentativa de Youssef tornar-se o sucessor do ex-deputado Jos� Janene (PR) na distribui��o do dinheiro.
Hoje, Hoyer foi alvo de um manado de buscas em seus endere�os em Itanhandu (MG), onde nada de importante foi encontrado, e no Rio de Janeiro. No Rio, os policiais apreenderam documentos e localizaram muni��o de calibre 45, de uso restrito, um rev�lver 38, uma winchester e uma garrucha, segundo delegado regional de Combate ao Crime Organizado da PF, Igor Rom�rio de Paula. Como n�o tinha registro das armas, Hoyer foi preso por porte ilegal de arma de fogo.
Obras de arte
A Pol�cia Federal identificou ainda que Pascowith repassava valores para o ex-diretor de Engenharia da Petrobras Renato Duque por meio de obras de arte. Hoje, foram apreendidas 60 obras pela PF. Na casa do operador, foram 20 quadros e duas esculturas. Na casa de seu irm�o, Adolfo Pascowith, alvo de mandado de condu��o coercitiva e busca, foram 40 quadros. Adolfo acabou sendo ouvido em sua casa, em S�o Paulo, e foi liberado pela PF.
Segundo Igor, o ex-diretor indicava a obra de arte para o operador, que compra-a em esp�cie e repassava o quadro j� registrado para o nome do ex-diretor da Petrobras. O delegado afirma que tamb�m havia repasses de dinheiro vivo para Duque. Pascowith n�o atuava apenas para a Engevix. Segundo Carlos Fernando, havia outras empresas, como a UTC Engenharia.
Navios
A pris�o de Pascowith � mais um refor�o na inten��o da PF, revelada pelo Correio em janeiro, de investigar a fundo o mercado de navios e sondas para explora��o de petr�leo. Isso porque Pascowith atuava para estaleiros, como o ligado � Engevix, o ERG, no Rio Grande do Sul. Al�m disso, Paulo Roberto Costa disse que todas as diretorias – inclusive a de Explora��o e Produ��o – negociavam propina de 3% com as empreiteiras. Entretanto, n�o surgiram, ao menos at� o momento, provas ou simples acusa��es de que ex-diretores da �rea e explora��o tivessem recebido propinas