Bras�lia – Na semana em que o Planalto volta as aten��es para a vota��o de uma das medidas provis�rias do ajuste fiscal – crucial para o rearranjo das contas p�blicas, a presidente Dilma Rousseff sofrer� press�o extra por parte de opositores. Os l�deres dos partidos de oposi��o entregam amanh�, na Procuradoria-Geral da Rep�blica, o pedido de abertura de a��o por crime comum contra a presidente Dilma Rousseff. Os oposicionistas querem que a petista seja punida pelas chamadas “pedaladas fiscais” identificadas pelo Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) em 2013 e 2014. Com a manobra cont�bil de atrasar o repasse de recursos para os bancos p�blicos pagarem os programas sociais, o governo federal assegurou o cumprimento da meta de super�vit prim�rio.
Bueno lembra, contudo, que o pedido que ser� feito amanh� ao procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, poder�, ao fim do processo, resultar no afastamento pol�tico da presidente Dilma. “Se for de fato comprovado que ela cometeu crime de responsabilidade fiscal, o Congresso poder� autorizar o afastamento de Dilma por um prazo de at� 180 dias, mesmo tempo previsto quando se abre um pedido de impeachment contra um presidente”, corroborou o l�der da minoria na C�mara, deputado Bruno Ara�jo (PSDB-PE).
A escolha feita pelo PSDB e aliados provocou um estremecimento nas rela��es entre os pol�ticos e os movimentos populares que defendem o impeachment da presidente Dilma. Nas redes sociais, o Movimento Brasil Livre (MBL) divulgou mensagens dizendo que o PSDB “traiu o Brasil” ao recuar do pedido de afastamento da presidente. No s�bado, durante entrevista coletiva ap�s proferir palestra no Uniceub, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu os tucanos. “O PSDB, como tal, jamais defendeu o impeachment. Esta pode ter sido uma posi��o pontual de um ou outro integrante, mas n�o do partido como um todo”, explicou FHC.
O ex-presidente, que durante a palestra foi bastante cr�tico ao governo Dilma, afirmou que as “pedaladas fiscais” poder�o comprometer a presidente, al�m de ter prejudicado as contas p�blicas. E lan�ou um questionamento, ainda n�o abordado, sobre o argumento dado pelo procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, de que n�o se pode julgar a presidente por atos cometidos antes do atual mandato. “Essa regra foi imposta quando s� t�nhamos um mandato para o governante. Agora os governantes podem ser reeleitos. A regra passa a ser a mesma? Ningu�m debateu isso ainda”, ponderou ele.
Recep��o
Para tentar uma reaproxima��o com os movimentos populares, que chegam a Bras�lia na quarta-feira, os partidos de oposi��o marcaram reuni�o com os representantes dos movimentos hoje e amanh�. “Vamos preparar uma recep��o a esses manifestantes na quarta. Creio que este estranhamento � porque eles n�o entenderam que continuamos defendendo as mesmas coisas. Apenas buscamos um outro caminho”, justificou Bueno.
‘Arma pol�tica’
Em entrevista ao jornal mexicano La Jornada, a presidente Dilma Rousseff garantiu n�o temer um poss�vel impeachment. “Eu n�o tenho temor disso, eu respondo pelos meus atos. E eu tenho clareza dos meus atos”, disse ela. Segundo a presidente, “o problema do impeachment � sem base real” e est� sendo usado como “arma pol�tica”.
Dilma, que estar� no M�xico amanh� e na quarta, afirmou n�o acreditar que a democracia “engendre situa��es de paz dos cemit�rios” e sim, manifesta��es de rua, reivindica��es e express�es de descontentamento. “Onde tem algum conflito, ele faz parte da democracia. N�s, quanto mais resilientes formos, quanto mais normal for a manifesta��o pol�tica, ‘Eu estou divergindo’, ‘Eu sou contra’, e isto n�o levar � ruptura, nem � situa��o extrema, mais evolu�dos, do ponto de vista democr�tico n�s somos”, avaliou.