O ex-tesoureiro do PT Jo�o Vaccari Neto alegou que os R$ 583 mil que passaram em dinheiro vivo pela conta da sua mulher, Giselda Rousie de Lima, entre 2008 e 2014, tiveram origem em seus vencimentos e est�o declarados no Imposto de Renda. Segundo ele, o valor � compat�vel com a renda bruta de R$ 3,4 milh�es que teve no per�odo.
Pesa contra Vaccari a acusa��o de ser operador de propina em nome do PT no esquema de corrup��o na Petrobras, alvo da Lava-Jato. J� r�u em um processo criminal, o ex-tesoureiro � acusado de usar a mulher e a cunhada, Marice Correa de Lima, para ocultar patrim�nio supostamente il�cito.
Moro pediu esclarecimentos sobre os dep�sitos em dinheiro no total de R$ 583.400,00 na conta de Giselda. Do montante total, segundo o Minist�rio P�blico Federal, R$ 322.900,00 passaram pela conta de Giselda em dep�sitos em dinheiro abaixo de R$ 10 mil e, R$ 206.500,00, em dep�sitos em dinheiro acima de R$10 mil. Para os procuradores da for�a tarefa da Opera��o Lava essa movimenta��o provocou suspeitas sobre a origem dos valores.
Segundo Luiz Fl�vio Borges D'Urso, "em raz�o da pr�pria atividade profissional de Vaccari, que inclusive sempre demandou in�meras viagens pelo Pa�s, � Giselda, sua esposa, quem administra as finan�as dom�sticas e, para tanto, ele lhe repassava os valores necess�rios, n�o tendo grande movimenta��o banc�ria, face a entrega de seu dinheiro para que a mulher o gerisse, depositando-o em sua conta".
"Os valores brutos recebidos de sal�rio pelo acusado, durante o mesmo per�odo mencionado pelo Minist�rio P�blico Federal de 2008 a 2014, demonstrando que recebeu recursos suficientes para justificar os R$ 583.400,00 depositados na conta de sua esposa, pois no per�odo desses 7 anos auferiu renda bruta no valor total de R$ 3.476.387,50?, informa o advogado Luiz Fl�vio Borges D'Urso.
"Todos os valores depositados na conta de Giselda Rousie de Lima s�o provenientes, quase que em sua totalidade, dos sal�rios de seu marido Vaccari e que tais valores s�o sacados da conta do requerente e transferidos para a conta de sua mulher Giselda, restando uma pequena parte que prov�m de sua (Giselda) aposentadoria, al�m de sua atividade como psic�loga", registra o defensor, em documento anexado nesta segunda-feira, 25, aos autos da Lava-Jato.
Vaccari declarou como origem dos pagamentos ao longo dos sete anos Itaipu (em que era conselheiro), os sal�rios como dirigente da Bancoop (cooperativa habitacional do Sindicato dos Banc�rios de S�o Paulo), duas aposentadorias e o PT. Ex-tesoureiro nacional do partido de 2010 a 2015 ele declarou o recebimento de R$ 66,5 mil do PT em 2014.
"Importante frisar que as informa��es acima foram obtidas pelas declara��es de Imposto de Renda anteriormente juntadas no pedido de reconsidera��o de vossa decis�o, podendo ser confirmadas agora, tamb�m, pelos informes de rendimento referentes ao per�odo de 2008 a 2014."
A defesa de Vaccari apresentou planilhas, informes de rendimento, informa��es do banco Ita�, bem como c�pias dos extratos banc�rios para provar o que diz.
Nos valores considerados de origem suspeita pela for�a-tarefa da Lava-Jato, R$ 322,9 mil s�o em dep�sitos em dinheiro abaixo de R$ 10 mil e outros R$ 206,5 mil em dep�sitos em dinheiro acima de R$ 10 mil.
Vaccari explicou no documento que em "raz�o da pr�pria atividade profissional" ele "sempre demandou in�meras viagens pelo Pa�s". Ele explicou que Giselda, sua mulher, � quem administra as 'finan�as dom�sticas'.
"Percebe-se que invariavelmente sempre que h� um dep�sito na conta de sua esposa, este � precedido por um saque na conta do acusado, demonstrando a coincid�ncia das movimenta��es", assinala D'Urso.
Vaccari est� preso at� esta segunda-feira na Cust�dia da Superintend�ncia da Pol�cia Federal, em Curitiba. Ele ser� transferido na manh� desta ter�a-feira, 26, para o Complexo M�dico-Penal, em Pinhais, na Regi�o Metropolitana de Curitiba.