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Estado de Minas

Empreiteiro diz que Vaccari pediu propina em forma de doa��o eleitoral em 2010

Eduardo Leite disse que se reuniu com o ex-tesoureiro do PT entre mar�o e maio de 2010


postado em 19/05/2015 09:19 / atualizado em 19/05/2015 10:36

O executivo Eduardo Leite, ex-vice presidente da Camargo Corr�a, alvo da Opera��o Lava-Jato, declarou � Justi�a Federal nessa segunda-feira, 18, que em 2010 - ano da primeira elei��o de Dilma Rousseff � Presid�ncia - encontrou-se com o ent�o tesoureiro do PT, Jo�o Vaccari Neto, que lhe teria pedido propina em forma de doa��o eleitoral.

"Por volta de 2010 eu conheci o sr. Jo�o Vaccari na sa�da de um restaurante em S�o Paulo. Ele me foi apresentado 'esse aqui � o sr. Jo�o, o tesoureiro do PT'. Trocamos cart�es. Ap�s algum tempo fizemos contato, uma reuni�o no Caf� Jornal. Era o lugar onde eu marcava reuni�es fora do hor�rio do expediente porque fica muito pr�ximo � minha resid�ncia. Ele (Vaccari) tamb�m disse que era pr�ximo da casa dele. Passamos a nos encontrar nesse endere�o. Um primeiro encontro, no segundo ele me abordou. 'Olha, estamos atr�s de doa��es eleitorais e sei que a Camargo Corr�a est� em d�bito com a nossa �rea de Servi�os da Petrobras, voc� n�o est� conseguindo cumprir os repasses com o Julio (Camargo, suposto lobista e operador de propinas na Diretoria de Servi�os, cota do PT na estatal) para que esse dinheiro chegue. N�o quer fazer isso atrav�s de doa��o eleitoral?'."

Leite disse a Vaccari que precisava "discutir isso com a sua �rea institucional, ela responde pela �rea de doa��o eleitoral, o vice-presidente institucional � respons�vel pelo tema." Na audi�ncia diante do juiz federal S�rgio Moro, que dirige a Lava-Jato, foi perguntado a Eduardo Leite quando ocorreu a reuni�o com Vaccari. "Algo em torno de mar�o a maio de 2010", ele respondeu.

Ele tamb�m citou uma "reuni�o especifica", na mesma �poca, com o ent�o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, em um hotel em S�o Paulo. "Ele (Costa) me chamou para falar sobre doa��o eleitoral, n�o propina, mas doa��o eleitoral. Ele falou: 'Eu, como diretor da Petrobras dentro do governo do PT, estou perguntando para as empresas quem � que vai colaborar na campanha eleitoral'."

Eduardo Leite disse que essa conversa ocorreu "provavelmente em 2010". Ele relatou ao juiz Moro que explicou a Costa que doa��o n�o era assunto de sua compet�ncia, mas de outra �rea da Camargo Corr�a. "Nunca mais ele me cobrou, s� voltou a falar desse tema quando j� tinha sa�do da Petrobras e veio essa solicita��o da Costa Global (empresa de Paulo Roberto Costa)."

O executivo � r�u da Lava-Jato por corrup��o ativa e lavagem e dinheiro. Ele assinou termo de colabora��o premiada - em troca de revela��es sobre o esquema de propinas na Petrobras almeja redu��o de pena.

Segundo ele, no in�cio de 2009, logo que assumiu a �rea comercial da Diretoria de �leo e G�s da empreiteira, reuniu-se com o lobista J�lio Camargo, com o ent�o diretor de Servi�os da Petrobras, Renato Duque, e o gerente de Engenharia da estatal, Pedro Barusco. Propina foi o tema do encontro na resid�ncia de Camargo. "Ali me foi informado quanto a empresa devia (em propinas de 1% sobre o valor de grandes contratos). A empresa tinha que atender a 'Casa' (diretores da estatal) e ao partido (PT). Era uma distribui��o que eles cuidavam. O que foi tratado foi o volume que a Camargo Corr�a devia e como ia fazer para efetuar o pagamento atrav�s do Julio Camargo. Ele representava o dr. Duque e o dr. Barusco nos pagamentos."

Leite declarou ao juiz S�rgio Moro que, quando assumiu a �rea comercial da Camargo Corr�a, "lhe foi passado um diagrama de quanto era devido em cada obra". Ele citou os contratos das obras da REPAR (Refinaria do Paran�), RNEST (Abreu e LIma) e RVAP (Vale do Para�ba). "O que sab�amos � que era um volume de contratos a partir de 2006 e, por todos eles, a gente devia 1% para a �rea de Servi�os."

Segundo Eduardo Leite, para a Diretoria de Abastecimento, sob comando do ent�o diretor Paulo Roberto Costa, o valor da propina tamb�m era de 1% sobre os contratos. "Para cada contrato existiam alguns contratos de consultoria. A gente olhava para a d�vida como um todo, quanto eu devo relativo a todos os contratos. A gente tenta p�r em dia ou vencer as necessidades para poder dar continuidade aos nossos contratos. Em todos os grandes contratos esse compromisso era pr�estabelecido."

Um procurador da Rep�blica indagou se o 1% podia ser negociado. "A gente tinha muita dificuldade em honrar o compromisso, no nosso caso o que a gente tinha que fazer era cumprir o fluxo de pagamentos. No nosso caso espec�fico n�o tinha essa chance."

N�o tinha uma margem de barganha?, insistiu o procurador. "N�o, a Camargo era devedora. Logo que a gente assinava o contrato eles se achavam credores do valor de 1%. Como a Camargo tinha apenas mecanismos parciais para os pagamentos estes eram feitos sobre faturamento."


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