S�o Paulo - O empres�rio G�rson de Mello Almada, um dos s�cios da Engevix Engenharia, declarou � Pol�cia Federal que fez doa��es 'oficiais' a partidos pol�ticos ou candidatos a pedido do lobista Milton Pascowitch, preso na semana passada na 13ª fase da Opera��o Lava-Jato.
Pascowitch � um dos 11 operadores de propina acusados de liga��o com a Diretoria de Servi�os da Petrobras, no esquema de corrup��o e cartel desbaratado pela Lava-Jato. Ele seria um dos elos do ent�o diretor, Renato Duque, bra�o do PT no esquema que arrecadava para partidos e pol�ticos de 1% a 3% nos contratos de obras de refinarias da estatal, a partir de 2004.
Dono da Jamp Engenheiros Associados - empresa usada para intermediar contratos do cartel na estatal e receber propina, segundo depoimentos -, Pascowitch � o elo mais vis�vel que a for�a-tarefa da Lava-Jato tem de um membro de alto cargo no PT com o esquema. A Jamp e a Engevix pagaram entre 2008 e 2012 um total de R$ 2,6 milh�es para o ex-ministro Jos� Dirceu, via empresa JD Assessoria e Consultoria.
No depoimento prestado � PF no dia 24 de mar�o e tornado p�blico na �ltima semana, o s�cio da Engevix afirmou que certa vez participou de uma reuni�o com Pascowitch e o ent�o tesoureiro do PT, Jo�o Vaccari Neto, que tamb�m est� preso, em Curitiba. Ele ser� transferido da Cust�dia da PF para o Complexo M�dico-Penal, em Pinhais, na manh� desta ter�a-feira, 26.
Em 2014, a Engenvix Engenharia doou ao todo R$ 3 milh�es a candidatos. Desse montante, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) registra que R$ 1,5 milh�o foram para a campanha de reelei��o da presidente Dilma Rousseff (PT). Outros R$ 4,6 milh�es foram doados via diret�rios e comit�s, sendo que o Diret�rio Nacional do PT recebeu R$ 3,6 milh�es.
Posteriormente, Almada diz que "papel semelhante" ao executado por Pascowitch em rela��o � distribui��o de recursos da empreiteira para pol�ticos, via doa��es, passou a ser desempenhado por Alberto Youssef - o doleiro, pe�a central da Lava-Jato.
"Entretanto de forma diferente, eis que o mesmo procurou a Engevix com um discurso de que evitaria que a empresa tivesse problemas perante a Diretoria de Abastecimento, ent�o ocupada por Paulo Roberto Costa", afirmou Almada.
Costa e Youssef eram respons�veis pela propina arrecadada pelo PP, no esquema de indica��es pol�ticas na Petrobras. O PMDB era o terceiro partido que controlava o esquema, � frente da Diretoria de Internacional.
No encontro que teve com Pascowitch e o ex-tesoureiro do PT, segundo Almada, Vaccari teria dito que 'apreciava muito o trabalho da Engevix'. Naquela oportunidade, disse o empres�rio, Vaccari n�o solicitou "nenhum valor, embora posteriormente Pascowitch o procurou para negociar doa��es oficiais ao PT".
Almada disse ainda que "n�o era compelido a realizar essas doa��es, as quais eram destinadas a outros partidos tamb�m". Ele disse que entendia que deveria fazer as doa��es "por ser uma pr�tica do sistema eleitoral brasileiro".
Propina
Almada disse nunca ter tomado conhecimento de pagamentos feitos por Pascowitch a funcion�rio da Petrobras ou a qualquer agente publico. "Embora presumisse que isso pudesse estar ocorrendo." O que ele chama de "comiss�o" referente a "lobby", � para a for�a-tarefa da Lava-Jato "propina".
"O servi�o de Milton Pascowitch proporcionaria a Engevix ser convidada para obras de seu interesse junto a Petrobras, a obten��o de informa��es e agiliza��o de aditivos em rela��o a estatal e o acompanhamento de obras", contou Almada.
O s�cio da Engevix explicou � PF que "a remunera��o de Milton Pascowitch era feito por meio de contratos de lobby com a empresa Jamp, na ordem de 0,5% a 1% dos contratos junto a Petrobras".
Amigo de golfe
O s�cio da Engevix afirmou que conheceu Pascowitch por volta de 2003 ou 2004 - ap�s esse fazer o gerenciamento e a supervis�o de obras da empreiteira em escolas e casas populares. "Perguntou se n�o gostaria de incrementar o relacionamento da Engevix com a Petrobras", contou Almada.
Foi quando Milton teria dito a ele que "essa aproxima��o se daria por meio da Diretoria de Servi�os, na �poca ocupada por Renato Duque". Segundo Pascowitch teria afirmado, a amizade foi feita atrav�s de Pedro Barusco - ex-gerente de Engenharia e ent�o bra�o direito de Duque -, com quem ele "jogava golfe".
Barusco, delator da Lava-Jato, entregou dados sobre duas contas em nome de empresas offshore a MJP International Group e a Farallon Investing Ltd.) que teriam sido usadas por Pascowitch para pagamentos de propina na Diretoria de Servi�os da Petrobras, que tamb�m teriam abastecido o PT, via Vaccari.