Porto Alegre - O ministro da Secret�ria-geral da Presid�ncia, Miguel Rossetto, afirmou nesta quinta-feira que confia numa revers�o da posi��o da C�mara dos Deputados favor�vel ao financiamento privado de campanha, ponto que considera central da reforma pol�tica em discuss�o no Congresso.
A C�mara dos Deputados aprovou, na noite desta quarta-feira, 27, uma emenda sugerida pelo l�der do PRB, Celso Russomanno (SP), incluindo na PEC da Reforma Pol�tica o financiamento de empresas a partidos pol�ticos e doa��es de pessoas f�sicas a candidatos. Foi uma vit�ria do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que queria colocar na Constitui��o a regra da doa��o privada.
Rossetto disse que � preciso averiguar a maneira como se deu a vota��o da emenda. "Fui informado por v�rios parlamentares de que haveria irregularidades regimentais, descumprimento de acordos em rela��o aos procedimentos de vota��o, na medida em que esta mat�ria foi votada numa emenda e foi rejeitada, e foi recolocada em debate pelo presidente da C�mara. Vamos aguardar obviamente este desdobramento", afirmou.
De acordo com o ministro, o mais importante, no entanto, � a continuidade do debate sobre a reforma pol�tica. "Me parece fundamental que o Parlamento possa aprofundar uma reflex�o pol�tica e reverter a situa��o de autoriza��o de financiamento empresarial", avaliou, lembrando que, quando for conclu�da a vota��o sobre todos os temas em pauta, e PEC precisa ser aprovada pelos deputados tamb�m em segundo turno, ap�s o intervalo de cinco sess�es, antes de ir ao Senado.
"O financiamento empresarial se manifestou como um conduto � corrup��o brasileira e isso � inaceit�vel. Temos que interromper este padr�o de financiamento, n�o � bom para o Pa�s. Temos que pensar uma democracia sendo financiada de outra forma", disse. "Espero que a C�mara neste processo de reflex�o mude sua posi��o e que a posi��o majorit�ria v� em outro sentido. Temos que trabalhar por campanhas eleitorais mais baratas, temos que nos afastar da mercantiliza��o dos processos eleitorais."
Legenda de Rossetto, o PT defende o fim do financiamento privado a partidos e ainda decide sua posi��o sobre doa��es empresariais a candidatos, praticamente o oposto do que foi aprovado na C�mara.
Rossetto negou, contudo, que a prolonga��o do debate em torno dessas quest�es possa gerar um impasse e, dessa forma, impedir a implanta��o efetiva da reforma pol�tica. "Temas importantes est�o sendo votados, na C�mara e no Senado. Reforma pol�tica � uma exig�ncia da sociedade brasileira", disse. "Espero uma vis�o majorit�ria da C�mara � altura do que � a expectativa da sociedade brasileira", finalizou.