Uma organiza��o criminosa de lavagem de dinheiro na capital do pa�s � alvo de uma opera��o da Pol�cia Federal (PF) nesta sexta-feira. Intitulada “Acr�nimo”, a a��o � resultado de uma investiga��o iniciada em outubro do ano passado, quando a PF localizou e apreendeu R$ 113 mil em uma aeronave que chegava ao Aeroporto JK, em Bras�lia. Cerca de 400 policiais cumprem 90 mandados de busca e apreens�o em Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goi�s e Distrito Federal. Entre as medidas determinadas pela Justi�a Federal est� o sequestro de um bimotor turbo�lice avaliado em R$ 2 milh�es.
Um dia antes, o Estado de Minas havia mostrado o turbo�lice de prefixo PR-PEG pousando nas cidades de Patos de Minas, Curvelo e Juiz de Fora. A aeronave tamb�m esteve em Vit�ria, no Esp�rito Santo, em Goi�nia, no Rio de Janeiro e em S�o Paulo. A Pol�cia Federal iniciou a investiga��o � �poca para saber se o avi�o estava sendo utilizado pela campanha de Pimentel para realizar pagamentos em esp�cie n�o declarados � Justi�a Eleitoral. O empres�rio Ben� foi visto v�rias vezes em Montes Claros. O candidato a deputado estadual da regi�o Paulo Guedes (PT) foi o mais votado do estado.
O turbo�lice est� registrado em nome da empresa Bridge Participa��es S.A., fundada em 2011, com sede em Bras�lia, com apenas R$ 2 mil de capital social. De acordo com certid�o simplificada da junta comercial do Distrito Federal, o diretor presidente � Ricardo Santos Guedes e o adjunto Alexandre Santos Guedes. Os dois aparecem como s�cio na empresa AR Construtora e Mineradora LTDA, que funciona em um im�vel de um pr�dio residencial do Sudoeste, em Bras�lia. O Correio esteve no local no ano passado, mas a sala estava trancada, levantando a suspeita de que era uma empresa de fachada.
Crime oculto
Segundo a PF, as equipes de policiais envolvidos nas a��es de hoje realizam buscas em cerca de 30 endere�os de pessoas f�sicas e 60 pessoas jur�dicas. Eles buscam documentos, valores e m�dias para esclarecer as suspeitas de que os valores que circulavam nas contas de pessoas f�sicas e jur�dicas ligadas aos investigados vinham da inexecu��o e de sobrepre�o praticados pelo grupo em contratos com �rg�os p�blicos federais.
Os suspeitos empregavam a t�cnica de smurffing para ocultar a origem criminosa do dinheiro. A a��o consiste no fracionamento de valores para evitar a identifica��o de movimenta��es financeiras, al�m da chamada confus�o patrimonial e do extensivo uso de pessoas interpostas, os “laranjas”.
Em quase oito meses de investiga��o, a Pol�cia Federal monitorou os suspeitos e analisou todo o conte�do existente nos notebooks, smartphones, tablets, al�m de outros dispositivos e m�dias apreendidos durante a a��o no ano passado, cujos acessos foram autorizados pela Justi�a. No total, mais de 600 GB de informa��o relevante foram analisados, cruzados com outras fontes e bases de dados, al�m de passarem por um atento trabalho de minera��o de dados.