
Metal�rgicos, banc�rios, petroleiros, motoboys, motoristas e cobradores de �nibus, metrovi�rios, professores, entre outras categorias profissionais, sa�ram �s ruas das principais cidades do pa�s, ontem, para protestar contra o projeto de terceiriza��o, que ser� votado no Senado, e contra as medidas de ajuste fiscal, j� aprovadas no Congresso, que restringem direitos trabalhistas e previdenci�rios. O Dia Nacional de Paralisa��o e Manifesta��es foi organizado por sindicatos ligados � Central �nica dos Trabalhadores (CUT) e a outras cinco centrais sindicais (CTB, CSP-Conlutas, Intersindical, UGT e Nova Central) e por movimentos sociais, como o dos trabalhadores sem-terra (MST). Segundo a dire��o da CUT, em quase todos os estados e no Distrito Federal houve algum tipo de ato, protesto, manifesta��o ou paralisa��o.
N�o foi divulgado um n�mero consolidado de quantos trabalhadores e militantes aderiram aos protestos, mas, desde o in�cio da manh�, estradas foram bloqueadas, montadoras e f�bricas foram fechadas, ag�ncias banc�rias interromperam atendimento e o transporte p�blico n�o funcionou. “H� a possibilidade de greve geral no pa�s, por conta das medidas que est�o sendo aprovadas pelo Congresso, o ritmo acelerado com que as vota��es est�o acontecendo. Isso ser� discutido, sim”, afirmou Adi dos Santos Lima, presidente da CUT-SP.
O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presid�ncia, Miguel Rossetto, classificou as manifesta��es como “uma express�o da democracia brasileira”. “Estamos acompanhando, dialogando, mas estamos muito seguros das medidas tomadas pela presidente Dilma Rousseff para antecipar um novo ciclo de desenvolvimento do pa�s, com crescimento econ�mico e emprego de qualidade. O que n�o podemos aceitar � um padr�o de viol�ncia e desrespeito ao direito do cidad�o”, disse o ministro, que participou ontem em Belo Horizonte, do F�rum Dialoga Brasil.
Em Belo Horizonte, passageiros encontraram as 19 esta��es do metr� fechadas, apesar da determina��o de escala m�nima feita pela Justi�a do Trabalho. Motoristas e cobradores engrossaram as paralisa��es em terminais de �nibus no hor�rio de pico. Metal�rgicos fecharam a Avenida Amazonas, na Cidade Industrial. Outro grupo da categoria ocupou a BR-040, em Congonhas, na Regi�o Central de Minas. No Centro da capital, representantes dos sem-terra chegaram a fechar o tr�nsito perto da Pra�a da Esta��o e, depois, outro grupo ocupou o pr�dio do Minist�rio da Fazenda. Servidores municipais, que est�o em greve, fizeram passeata pelo Centro e se concentraram na Pra�a Sete, onde receberam apoio de outras categorias. V�rias ag�ncias banc�rias tamb�m foram fechadas no hipercentro e � noite mais protestos fecharam de vias na regi�o.
No ABC paulista e na regi�o de S�o Jos� dos Campos, cerca de 65 mil metal�rgicos que trabalham em montadoras e autope�as cruzaram os bra�os, segundo os sindicatos da categoria. Os trabalhadores da Volkswagen, Scania, Merdeces-Benz, Ford e General Motors paralisaram a produ��o o dia todo. Houve ainda atraso de tr�s horas na entrada do primeiro turno da Embraer e paralisa��es parciais em outras empresas.
Na capital paulista, as manifesta��es ocorreram em v�rias regi�es. O maior ato em S�o Paulo foi registrado na Pra�a da Rep�blica, Regi�o Central, com a participa��o de professores da rede estadual de ensino em greve desde o dia 13 de mar�o, centrais sindicais e movimentos sociais. O caso mais grave ocorreu durante o protesto de alunos e funcion�rios da Universidade de S�o Paulo (USP), que terminou em conflito. Policiais atiraram bombas de efeito moral e balas de borracha. Uma jovem levou um soco no rosto de um PM e um aluno foi detido. Um policial flagrado atirando em dire��o aos manifestantes de dentro de uma viatura foi afastado por ter usado um procedimento “totalmente irregular”.
No Rio, um grande ato na regi�o da Candel�ria tamb�m reuniu milhares de trabalhadores de diversas categorias. Em Porto Alegre, apesar de uma decis�o judicial que pro�be a realiza��o de piquetes, funcion�rios do metr� e de �nibus da regi�o interromperam o expediente. Na Bahia, manifestantes fecharam rodovias e, em Salvador, as linhas dos trens que fazem a liga��o do Sub�rbio Ferrovi�rio � Cidade Baixa n�o funcionaram.
No Recife, em um protesto que reunia metal�rgicos e integrantes do MST, 14 pessoas foram detidas por desacato, resist�ncia, dano ao patrim�nio e desobedi�ncia. �nibus e metr� tamb�m pararam. Em Vit�ria (ES), houve protestos em frente ao c�mpus da Universidade Federal do Esp�rito Santo. No Paran�, professores em greve e demais servidores p�blicos do estado seguiram em caminhada at� a sede do governo estadual, no Centro C�vico – para lembrar o um m�s do 29 de abril, quando professores e educadores foram reprimidos pela pol�cia de forma violenta e pelo menos 200 pessoas ficaram feridas.