S�o Paulo, 31 - A dupla derrota do presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na semana passada, no plen�rio da Casa, com as derrubadas do distrit�o para sistema eleitoral e da proposta de constitucionaliza��o das doa��es de empresas privadas a partidos e candidatos, � uma sinaliza��o de que a agenda do C�mara n�o � a agenda de Cunha, como alguns imaginavam. A avalia��o � do cientista pol�tico Marco Ant�nio Carvalho Teixeira.
Ao Broadcast Pol�tico, servi�o em tempo real da Ag�ncia Estado, Teixeira avaliou como positiva a derrota de Cunha, argumentando que ele n�o pode tudo, como imaginava desde que assumiu o comando da C�mara. "Fica a li��o para mostrar que ele tem limites institucionais e n�o pode colocar seus projetos pessoais acima da pr�pria din�mica da Casa, desrespeitando o trabalho de parlamentares por ele mesmo nomeados, como ocorreu quando enterrou a comiss�o de reforma pol�tica." Cunha decidiu levar a mat�ria diretamente ao plen�rio, sem votar relat�rio preparado pelo peemedebista Marcelo Castro (PT) na comiss�o constitu�da para debater a reforma pol�tica.
Apesar da derrota, Teixeira n�o acredita que Cunha evitar� novas disputas com o Executivo. "Ele saiu chamuscado deste epis�dio, mas n�o acredito que sua artilharia contra o Pal�cio do Planalto possa ter uma tr�gua, ao contr�rio, devem ficar ainda mais acirradas."
Sobre o racha do PSDB na quest�o do distrit�o, Carvalho Teixeira lamenta que o partido tenha aberto m�o de seu pr�prio programa. "Alguns tucanos abriram m�o de seu pr�prio programa partid�rio em troca de um projeto de poder e de quest�es essencialmente eleitorais." Na bancada tucana na C�mara, 21 parlamentares votaram a favor do distrit�o e 26 contra. O cientista pol�tico chama a aten��o para a posi��o da bancada do PCdoB nessa vota��o, quando seus 13 deputados votaram a favor do distrit�o. "Como � que eles mudam assim de posi��o, (distrit�o) � um suic�dio para o partido." O PCdoB aceitou apoiar o distrit�o em troca de evitar a ado��o da cl�usula de barreira e do fim das coliga��es partid�rias.
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Dupla derrota mostra que agenda da C�mara n�o � a de Cunha
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