Bras�lia - A corrente Mensagem ao Partido, segunda maior for�a interna no PT, quer que o 5.º Congresso da legenda, de 11 a 14 de junho, em Salvador, aprove uma resolu��o cobrando mudan�as na pol�tica econ�mica do governo Dilma Rousseff.
A posi��o mais dura da corrente - que tamb�m conta com o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo - tem como par�metro um documento aprovado na etapa ga�cha do 5.º Congresso do PT, realizada no s�bado em Porto Alegre. O texto v� contradi��es entre as medidas anunciadas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o programa de Dilma, e chega a apontar "golpismo" no plano econ�mico.
"Se um equil�brio or�ament�rio exige corre��es pontuais, elas devem ser direcionadas �s camadas mais favorecidas da sociedade e n�o podem servir de pretexto para mudar o rumo da pol�tica econ�mica e verg�-la aos interesses financistas", diz o documento da Mensagem. "O 5.º Congresso conclama os militantes, parlamentares e dirigentes do PT a unirem-se �s demais for�as dos movimentos sociais, da esquerda (…) para barrar o golpismo em todas as suas dimens�es, inclusive no plano econ�mico."
O presidente do PT, Rui Falc�o, � contra a radicaliza��o do documento final do congresso, que vai nortear os pr�ximos passos do partido. Com o aval do Pal�cio do Planalto e do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, que integra a corrente majorit�ria Construindo um Novo Brasil (CNB), Falc�o tenta mapear as diverg�ncias e construir um acordo com as outras correntes, para que a resolu��o reflita o "p�s-ajuste", momento em que o governo procura reagir � crise, imprimindo uma agenda positiva.
"N�o quero uma resolu��o que fique fazendo ju�zo de valor contra o governo", disse Falc�o, ontem � tarde, ap�s reuni�o da Executiva Nacional petista, em Bras�lia.
Apesar de contr�rio a uma cr�tica frontal na dire��o da equipe econ�mica, o presidente do PT defendeu posi��es que contrastam com as de Levy. Nessa lista est�o a volta da CPMF, o imposto do cheque, e a san��o sem veto da proposta aprovada pelo Senado que flexibiliza o fator previdenci�rio, mecanismo criado no governo Fernando Henrique para reduzir o valor da aposentadoria em at� 30%.
"O mais simples seria isso, mas n�o me parece ser inten��o do governo sancionar (o texto) como est�", afirmou Falc�o. "O partido � uma coisa e o governo, outra. Muitas vezes o governo toma iniciativas que, pela conjuntura, � melhor para n�s n�o opinar, para n�o jogar �gua no moinho dos advers�rios."