S�o Paulo - O ex-gerente geral da Refinaria do Nordeste (RNEST) Glauco Colep�colo Legatti afirmou � Justi�a Federal que n�o ganhou propinas da Galv�o Engenharia. Ele negou que tenha recebido R$ 400 mil do engenheiro Shinko Nakandakari, um dos 15 delatores da Opera��o Lava-Jato. O pr�prio Shinko declarou, em sua dela��o, que pagou os R$ 400 mil a Legatti, parceladamente, "a pedido da Galv�o Engenharia".
Ele dep�s como testemunha nos autos do processo que envolve a Galv�o Engenharia, uma das empreiteiras sob suspeita de ter formado cartel para se apossar de contratos bilion�rios da estatal petrol�fera. Uma advogada o questionou na audi�ncia.
"Foi procurado ou apresentado alguma vez a algum representante externo que n�o fosse funcion�rio da Galv�o Engenharia?"
"N�o", respondeu Legatti.
"Recebeu algum valor da Galv�o Engenharia?"
"N�o"
"De alguma empresa do grupo?"
"N�o."
Em sua dela��o, Shinko Nakandakari afirmou � for�a tarefa do Minist�rio P�blico Federal que ofereceu 'na cara e na coragem' propina para o ent�o gerente geral da RNEST. Segundo o delator, na Petrobras 'era muito dif�cil aprovar aditivo (aos contratos)'.
Shinko disse que pagou os R$ 400 mil "a pedido" da empreiteira Galv�o Engenharia.
"Glauco n�o facilitava nada. Para que esse aditivo fosse aprovado � que era pago o valor para Glauco."
Ao todo, segundo Shinko, foram repassados R$ 400 mil para Legatti, valor pago 'em parcelas'. O primeiro pagamento teria ocorrido em junho de 2013. "A princ�pio a rea��o de Glauco n�o foi natural, em nenhum momento eu tinha tido esse tipo de relacionamento com ele", disse Shinko Nakandakari.
Os pagamentos para o ent�o gerente geral da Abreu e Lima ocorreram principalmente ao longo de 2014, afirma o delator. No dia do primeiro encontro, disse Shinko Nakandakari, "sentiu que Glauco iria aceitar o suborno".
No segundo encontro, Nakandakari levou R$ 50 mil em dinheiro vivo. Segundo ele, o ent�o gerente da Refinaria Abreu e Lima aceitou a propina. Os encontros ocorriam em hoteis no Rio. O primeiro foi no Sofitel, depois no Hotel Cesar Park. Os pagamentos ocorriam em intervalos de 30 e 60 dias, "alguns com valores maiores, outros menores".
Em seu depoimento � Justi�a Federal, como testemunha, Glauco Legatti foi categ�rico. Ao ser indagado se, de fato, encontrou-se com o delator em hot�is de luxo no Rio, Glauco Legatti admitiu e relatou uma antiga amizade, segundo ele, iniciada h� cerca de quinze anos.
"Ele (Shinko) era meu amigo pessoal desde os anos 2000, independente de qualquer neg�cio. Eu conheci o senhor Shinko nos anos 2000 quando ele era diretor da empresa Talude, diretor ou dono da empresa Talude. Depois que ele tinha trabalhado comigo, a gente tinha desenvolvido uma amizade pessoal e, ent�o, eu o considerava um grande amigo. E esse era meu relacionamento com o senhor Shinko."
Sobre os encontros em hot�is de luxo do Rio, como o Cesar Park, Legatti declarou. "Eu encontrei com ele num caf� da manh� que eu tive com ele l� no Cesar Park. N�o sei exatamente qual � o andar que foi esse caf� da manh�."
"Encontrei com ele no bar. N�s t�nhamos uma rela��o de amizade. Sempre ele (Shinko) vinha aos finais do ano, inicialmente com a mulher dele, e sempre n�s jant�vamos eu, a minha esposa, ele e a mulher dele", afirmou sobre o encontro no Sofitel.