A senadora Marta Suplicy (sem partido-SP) classificou como "manobra diversionista" transformar o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em Judas e culp�-lo pela atual crise econ�mica. Segundo a ex-petista, os respons�veis pela situa��o pela qual passa o Pa�s s�o a presidente Dilma Rousseff, o ex-ministro da pasta Guido Mantega e o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante.
"Colocar agora o Levy, que jamais fez parte desse trio que levou o Pa�s � situa��o em que est�, no poste de Judas ou na cruz de Cristo, � praticar uma cl�ssica manobra diversionista", disse. Segundo Marta, Levy n�o "tem a m�nima culpa pelo pecado original do governo" e n�o merece a "compara��o a um traidor, nem a um m�rtir".
"Ele apenas atendeu a um convite de Dilma, que levou semanas a fio at� entender a import�ncia de contar com um economista do gabarito dele, para consertar os malfeitos cometidos pela pr�pria presidente e seus �ulicos", disse a senadora.
Em entrevista, Dilma afirmou que as cr�ticas a Levy por causa do pacote de ajuste fiscal eram injustas e que esperava que o PT n�o o transformasse em "Judas" durante o 5º Congresso da sigla, que come�a na quinta-feira, 11. Em seguida, o vice-presidente Michel Temer disse que o ministro deveria ser tratado como "Jesus Cristo" devido aos sacrif�cios que tem feito para reequilibrar as contas p�blicas.
Segundo a senadora, ao fazer essas declara��es, os ocupantes do Pal�cio do Planalto tentam transferir a responsabilidade para Levy do que est� acontecendo na economia, que tem apresentado baixos �ndices de crescimento, infla��o alta e aumento da taxa de desemprego. "O inevit�vel estouro das contas p�blicas n�o foi obra do Esp�rito Santo e nem de Judas, mas de pessoas de carne e osso", afirmou.
Marta se desfiliou do PT em abril fazendo duras cr�ticas ao partido e ao governo. Em novembro do ano passado, quando deixou o Minist�rio da Cultura, a senadora disse, em carta, que esperava que Dilma escolhesse uma equipe econ�mica independente e experiente para resgatar a credibilidade do governo. O nome de Levy foi indicado pela presidente no final daquele m�s.