O PT deve recuar da decis�o de proibir doa��es empresariais para as campanhas, mas, antes, empurrar� a pol�mica para o Diret�rio Nacional. Em reuni�o realizada nesta quarta-feira, 10, em Salvador, dirigentes da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), majorit�ria no PT, disseram que � imposs�vel saldar d�vidas antigas e contrair outras sem aceitar recursos de empresas privadas.
A d�vida do PT paulista, remanescente da campanha de Alexandre Padilha ao Pal�cio dos Bandeirantes, � de R$ 55 milh�es. Na reuni�o de dirigentes do PT com o novo tesoureiro M�rcio Macedo, Em�dio foi o porta-voz da proposta que permite aos diret�rios com d�vidas antigas receber doa��es de empres�rios.
A pol�mica ser� posta em vota��o no 5.º Congresso do PT. H�, por�m, uma proposta da chapa que abriga a CNB, grupo de Lula, que remete a palavra final sobre a "batata quente" para o Diret�rio Nacional do partido. Na sexta-feira, 12, o PT lan�ar� uma campanha de arrecada��o de recursos pela internet.
A decis�o do PT de acabar com as doa��es empresariais foi divulgada em abril, dois dias depois da pris�o do tesoureiro Jo�o Vaccari Neto, acusado de desviar recursos da Petrobr�s para abastecer o caixa do partido. Era um gesto para criar um fato pol�tico e amenizar o desgaste com as den�ncias da Opera��o Lava Jato.
Agora, a 16 meses das elei��es municipais, pr�-candidatos e dirigentes da legenda temem ficar sem recursos nas campanhas e escancaram as queixas com a proibi��o do financiamento privado.
O problema � que, ap�s o PT conseguir derrubar uma tentativa do presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de enxertar o financiamento privado na Constitui��o, uma manobra de �ltima hora alterou esse quadro. Cunha promoveu uma segunda vota��o, que aprovou a emenda permitindo �s empresas doarem recursos aos partidos, os quais podem distribuir a verba entre os candidatos.
A proposta deve ser votada mais uma vez pela C�mara e, se for aprovada, ser� enviada ao Senado. "N�s vamos continuar lutando contra o financiamento empresarial, mas, como a vota��o no Congresso Nacional ainda n�o est� conclu�da, a minha proposta � que se mantenha a suspens�o como est�, por enquanto", afirmou o presidente do PT, Rui Falc�o.
No encontro de Salvador, por�m, o tema serve de combust�vel para ati�ar a disputa entre as correntes internas. Nessa queda de bra�o, sobram acusa��es sobre recuo e discurso de "fachada".
Para o ministro da Defesa, Jaques Wagner, o PT errou ao proibir as doa��es empresariais. "Ou muda a reforma pol�tica para a gente acabar com o financiamento privado ou n�o adianta a gente querer posar de mais honesto individualmente do que os outros", disse Wagner. "N�s defendemos o financiamento p�blico das campanhas, mas temos de jogar dentro das regras. Por que vamos ficar na bacia das almas?, emendou Francisco Rocha, coordenador da corrente CNB.
Carlos �rabe, secret�rio de Forma��o Pol�tica do PT e representante da tend�ncia Mensagem ao Partido, disse que o partido n�o pode voltar atr�s sob pena de cair no descr�dito. "O financiamento privado favorece a corrup��o. "N�s vamos lutar at� o fim contra isso", insistiu �rabe.