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Estado de Minas

PF investiga 42 empresas que receberam R$ 145 mi de alvo da Lava-Jato

O dado consta do laudo da PF subscrito pelo perito criminal federal Ivan Roberto Ferreira Pinto, anexado na �ltima ter�a-feira, nos autos da opera��o


postado em 11/06/2015 20:07 / atualizado em 11/06/2015 20:19

A Pol�cia Federal investiga uma lista de pelo menos 42 empresas de assessoria, consultoria e presta��o de servi�os contratadas pela Camargo Corr�a, entre 2008 e 2013, que teriam recebido R$ 145 milh�es. Entre elas est�o a LILS Palestras Eventos e Publicidade, do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, o Instituto Lula - que n�o � uma empresa, mas recebeu doa��o de R$ 3 milh�es - e a JD Assessoria e Consultoria, do ex-ministro Jos� Dirceu (Casa Civil).

O dado consta do laudo da PF subscrito pelo perito criminal federal Ivan Roberto Ferreira Pinto, anexado na �ltima ter�a-feira,  nos autos da Opera��o Lava-Jato, que desbaratou um bilion�rio esquema de cartel e corrup��o na Petrobras, envolvendo PT, PMDB e PP.

A per�cia foi realizada na contabilidade da Camargo Corr�a levando em conta o per�odo em que a empreiteira recebeu R$ 2 bilh�es da Petrobras. Al�m dos R$ 145 milh�es pagos pelas consultorias, o documento mostra que a construtora repassou R$ 183 milh�es em "doa��es de cunho pol�tico" - destinadas a candidaturas e partidos da situa��o e da oposi��o.

Os exames foram pedidos pelo delegado da PF Eduardo Mauat da Silva. Eles t�m por objetivo "relacionar doa��es de cunho pol�tico realizadas pela empresa Constru��es e Com�rcio Camargo Corr�a S.A. bem como identificar pagamentos realizados a t�tulo e consultoria e/ou presta��o de servi�os e o total mensal oriundas de contratos junto a Petrobras, outras estatais e perante quaisquer agentes p�blicos, no per�odo".

Entre as consultorias que tiveram detalhamentos dos pagamentos de R$ 3,6 milh�es registrados, est�o a Globalbank Aassessoria Ltda que "tem como s�cios Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos, o PP, ex-ministro do governo Collor, e seu s�cio Jo�o Mauro Boschiero - ambos investigados na Lava-Jato.

H� ainda o registro de pagamento de R$ 7 milh�es para a PFGB Assessoria e Consultoria, do ex-executivo da Camargo Corr�a Pietro Francesco Giavina Bianchi, entre janeiro de 2008 e dezembro de 2013. O ex-diretor foi preso em 2009 acusado de pagamentos de propina a pol�ticos na Opera��o Castelo de Areia - que teve o processo anulado em 2011 pelo Superior Tribunal de Justi�a (STJ) a por problemas processuais.

Na mesma lista de consultorias sob suspeita est�o as prestadas pela Treviso Empreendimentos e pela Piemonte do Brasil Empreendimento, do lobista Julio Gerin Camargo. Juntas elas receberam R$ 67 milh�es da construtora Camargo Corr�a, nos anos de 2010 e 2012.

Segundo o ex-presidente da empreiteira Dalton Avancini, os pagamentos foram feitos "sem terem realizado qualquer servi�o". Desses R$ 67 milh�es, os investigadores da Lava Jato identificaram R$ 1 milh�o doados na elei��o de 2010 para candidatos, como o l�der do governo no Senado, Delc�dio Amaral (PT-MS), e a senadora Marta Suplicy (ex-PT-SP, hoje sem partido).

Julio Camargo � apontado como operador de propinas no esquema de cartel e corrup��o na Petrobras, desbaratado pela Lava Jato a partir de mar�o de 2014. Representava comercialmente a Camargo Corr�a e empresas internacionais - como o grupo japon�s Mitsui, envolvido no inqu�rito contra o presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

As doa��es registradas s�o oficiais, afirma a Camargo Corr�a, e feitas dentro da legalidade. Investigadores da Lava Jato, no entanto, t�m elementos para apontar que os pagamentos a partidos serviram para ocultar propina desviada da Petrobras bem como contratos de assessoria, como os de Julio Camargo e Dirceu.

No esquema alvo da Lava-Jato, que j� chegou ao um rombo reconhecido pela estatal de R$ 6 bilh�es, PT, PMDB e PP controlavam diretorias da estatal, por meio da qual arrecadavam de 1% a 5% em contratos que eram fatiados por 16 empresas cartelizadas, entre elas a Camargo Corr�a.

Lula

O laudo da PF anexado aos autos da Lava Jato sob a tutela do juiz federal S�rgio Moro � o primeiro documento que traz dados dos neg�cios de Lula. A Camargo Corr�a tem registrado o pagamento de R$ 3 milh�es para o Instituto Lula e mais R$ 1,5 milh�o para a LILS Palestras Eventos e Publicidade - com endere�o registrado na resid�ncia do ex-presidente -, entre os anos de 2011 e 2013.

S�o tr�s pagamentos de R$ 1 milh�o cada registrados como "Contribui��es e Doa��es" e "B�nus Eleitoral" para o Instituto, aberto por Lula ap�s ele deixar a Presid�ncia da Rep�blica, em 2011. No caso dos pagamentos ao Instituto Lula e � LILS eles foram feitos nos mesmos anos: 2011, 2012 e 2013 - em meses distintos.

Para o Instituto, dos tr�s pagamentos, dois s�o registrados como "Doa��es e Contribui��es": 2 de dezembro de 2011 e 11 de dezembro de 2013. O que chamou a aten��o dos investigadores foi o lan�amento de 2 de julho de 2012, sob a rubrica "B�nus Eleitoral".

Para o LILS, a empreiteira depositou em conta corrente: R$ 337,5 mil, em 26 setembro de 2011, R$ 815 mil em 17 de dezembro de 2012 e R$ 375,4 mil em 26 de julho de 2013.

Lula n�o � alvo de investiga��o da Lava Jato. No mesmo documento pericial, constam os pagamentos da Camargo Corr�a para a JD Assessoria e Consultoria, empresa do ex-ministro Jos� Dirceu (Casa Civil), do governo Lula. Ele � investigado por suposto uso das consultorias para empresas do cartel como forma de ocultar propina para o PT. O laudo pericial aponta que foram lan�ados como pagamentos entre 2010 e 2011 o valor total de R$ 900 mil, por meio de 10 dep�sitos banc�rios.

Defesa


A Camargo Corr�a afirma que as contribui��es partid�rias s�o efetuadas e registradas em respeito � legisla��o em vigor e n�o t�m rela��o com o Instituto Lula. "Ao Instituto Lula a empresa efetuou contribui��es em apoio Institucional e � LILS Ltda. ao patroc�nio de palestras do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva no exterior. A contribui��o ao Instituto Lula foi registrada equivocadamente em 2012 como 'b�nus eleitoral' na contabilidade."

O PT informa, por interm�dio da sua assessoria de imprensa, que todas as doa��es que o partido recebeu aconteceram estritamente dentro dos limites legais e foram posteriormente declaradas � Justi�a eleitoral.

Na ter�a-feira, 9, o Instituto Lula se manifestou sobre as doa��es feitas pela Camargo Corr�a, atendendo solicita��o da reportagem. O Instituto Lula informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que os valores registrados na contabilidade da Camargo Corr�a foram doados legalmente e que n�o existe rela��o entre a entidade e quest�es eleitorais.

"O Instituto Lula n�o prestou nenhum servi�o eleitoral, tampouco emite b�nus eleitorais, o que � uma prerrogativa de partidos pol�ticos, portanto deve ser algum equ�voco."

Segundo a assessoria do Instituto, "os valores citados no seu contato foram doados para o Instituto Lula para a manuten��o e desenvolvimentos de atividades institucionais, conforme objeto social do seu estatuto, que estabelece, entre outras finalidades, o estudo e compartilhamento de pol�ticas p�blicas dedicadas � erradica��o da pobreza e da fome no mundo".

Quanto aos valores para a empresa do ex-presidente a assessoria informou que "os tr�s pagamentos para a LILS s�o referentes a quatro palestras feitas pelo ex-presidente, todas elas eventos p�blicos e com seus respectivos contratos".

"Essas doa��es e pagamentos foram devidamente contabilizados, declarados e recolhidos os impostos devidos."

A nota informa ainda que "as doa��es ao Instituto Lula e as palestras do ex-presidente n�o t�m nenhuma rela��o com contratos da Petrobras".

Segundo a criminalista Beatriz Catta Preta, Julio Camargo nunca foi lobista. "Quanto ao contrato mencionado, j� declarou os fatos em colabora��o, e ratifica que atuou sempre como representante comercial da empresa em quest�o. Nunca teve qualquer contato com o sr. Dalton Avancini, causando esp�cie a declara��o do mesmo de que nenhum servi�o tenha sido prestado."


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