Bras�lia - O pacote da reforma pol�tica aprovado at� agora pela C�mara n�o agrada �s principais lideran�as do Senado. A an�lise que prevalece entre parlamentares tanto da base quanto da oposi��o � que os deputados perderam a oportunidade de promover mudan�as mais profundas no sistema pol�tico-eleitoral brasileiro.
Para o l�der do PMDB, senador Eun�cio Oliveira (CE), a Casa vai ter de "corrigir algumas distor��es que foram feitas na C�mara" durante o processo de vota��o da PEC da Reforma Pol�tica.
Nessa quinta-feira, 11, ele afirmou que os senadores v�o derrubar o mandato de cinco para todos os cargos eletivos anos aprovada pela C�mara na quarta-feira. Atualmente, os senadores possuem mandatos de oito anos "Isso � uma bravata. Claro que n�o vai passar. Aumenta o mandato do deputado e diminui o do senador? Que hist�ria � essa?", disse Eun�cio.
Essa tamb�m foi a sinaliza��o dada pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). "O desafio do Congresso � compatibilizar o fim da reelei��o com a dura��o do mandato. Os senadores foram eleitos para um mandato de oito anos, eu defendo um mandato de oito anos", afirmou.
Outro ponto que desagradou os senadores foi o fato de o fim das coliga��es proporcionais, que acaba com as alian�as em campanhas para o Legislativo, ter sido rejeitado. Em mar�o deste ano, a Casa aprovou com ampla maioria uma emenda � Constitui��o que determinava a extin��o desse modelo.
Na C�mara, as bancadas das legendas m�dias e pequenas, que seriam prejudicadas com essa mudan�a, fizeram um acordo com o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para votarem a favor do financiamento privado de partidos em troca da manuten��o das coliga��es.
Esse, inclusive, tem sido outro ponto muito questionado pelos senadores. "Eu n�o sei se no Senado passa essa quest�o da continuidade do financiamento privado empresarial, acho que tem muita gente aqui � contra", disse o l�der do PT, o senador Humberto Costa (PE).
O l�der do PSDB no Senado, C�ssio Cunha Lima (PB), tamb�m questiona a qualidade das medidas aprovadas pela C�mara . "A sensa��o que eu tenho � que a C�mara vai nos mandar um chassi e no Senado n�s vamos ter que tentar montar um carro", afirmou.
Para Delc�dio Amaral (PT-MS), que ocupa a lideran�a do governo no Senado, faltou sincronia entre as duas Casas na hora de pensar uma reforma pol�tica mais disso. O resultado, segundo ele, s� mudan�as "perif�ricas".
Apesar das cr�ticas dos senadores, Cunha defendeu o processo de vota��o da reforma pol�tica que ocorre h� duas semanas na Casa e disse que tentou conciliar o texto com os interesses do Senado.
Na pr�xima semana, a C�mara ainda precisa votar ao menos seis pontos restantes na para concluir a vota��o em primeiro turno. Cunha deve pautar na ter�a-feira, 16, a discuss�o sobre cotas para mulheres no Parlamento, data da posse de prefeitos e fidelidade partid�ria.