S�o Paulo - O ex-diretor de marketing da Caixa Econ�mica Federal Clauir Luiz dos Santos afirmou em depoimento � for�a-tarefa da Opera��o Lava-Jato que h� uma orienta��o do banco para que se fa�a atendimento de parlamentares. Os investigadores apuram se Clauir era o elo do ex-deputado federal Andr� Vargas (ex-PT/PR), preso em abril pela Lava Jato, com um esquema de corrup��o em contratos de publicidade que rendia 10% de propina, via subcontratos no setor.
Em seu relato � for�a-tarefa, ocorrido em 23 de abril, Clauir disse que 2007 e 2013 'esteve reunido entre dez e quinze vezes com Andr� Vargas'. O ex-diretor de Marketing declarou que 'h� necessidade de atender parlamentares por orienta��o da pr�pria Caixa Econ�mica Federal'.
Segundo a for�a-tarefa, a ag�ncia de publicidade Borghie Lowe, que administrava contas publicit�rias da Caixa Econ�mica Federal, teria contratado servi�os das empresas E-noise, Luis Portela, Conspira��o, Sagaz e Zulu Filmes para a realiza��o de servi�os de publicidade, e as orientado a realizar pagamentos de comiss�es de b�nus de volume nas contas de empresas controladas por Vargas e seus irm�os.
Clauir afirmou que 'n�o tem ideia da raz�o pela qual as empresas fornecedoras de servi�o da Caixa depositaram quantias de dinheiro nas contas banc�rias das empresas de Andr� Vargas'. O ex-diretor contou que eles se conheceram em 2007.
A for�a-tarefa da Lava Jato transcreveu assim o relato de Clauir Luiz dos Santos. "Foi apresentado a Vargas na pr�pria Presid�ncia da Caixa Econ�mica Federal; que neste per�odo teve poucos contatos com Andr� Vargas; que Andr� Vargas n�o tinha influ�ncia dentro da Caixa Econ�mica Federal; que Andr� Vargas esteve algumas vezes na Caixa Econ�mica Federal para conversar com o declarante; que Andr� Vargas pedia para o declarante atender pessoas, atender projetos referentes � atua��o do declarante como diretor de marketing dentre outras coisas", disse o ex-diretor. "H� necessidade de atender parlamentares por orienta��o da pr�pria Caixa Econ�mica Federal; que Andr� Vargas jamais solicitou pagamento de vantagem indevida, ou influenciou em algum dos contratos de marketing."
Clauir dos Santos se aposentou no dia 26 de maio de 2015, depois que a Lava Jato prendeu Andr� Vargas e decidiu ampliar a grande investiga��o para al�m do universo da Petrobras, mirando na �rea de publicidade de �rg�os p�blicos.
Ele era funcion�rio de carreira da Caixa, onde entrou em 1989, por concurso. Tornou-se superintendente nacional de marketing (cargo que depois passou a ser chamado de diretor de marketing) em fevereiro de 2004, ap�s passar por processo seletivo.
"O declarante recebe cerca de R$ 38 mil pelo trabalho pela CEF, al�m de mais R$ 2.700 de aposentadoria por idade; que o declarante sair� da CEF em breve; que desde 2010 o declarante intenta voltar para Curitiba para se aposentar, mas ficou na empresa por pedido pessoal do ent�o presidente Jorge Hereda", afirmou.
Clauir disse que as diretorias da Caixa Econ�mica Federal s�o indicadas pela pr�pria presid�ncia do banco. Ele afirmou n�o saber 'de onde surgiu a not�cia' de que sua indica��o ao cargo de diretor teria sido pol�tica e de Andr� Vargas.
"Desde 2007 Andr� Vargas costumava frequentar a matriz da Caixa Econ�mica Federal em Bras�lia; que entre 2007 e 2013 o declarante esteve reunido entre dez e quinze vezes com Andr� Vargas; que fora isso o declarante n�o mantinha rela��es pessoais com Andr� Vargas; que algumas vezes Andr� Vargas ligava para o declarante para tratar de assuntos referentes � atua��o parlamentar como presidente da Comiss�o da Frente Parlamentar de Regionaliza��o da M�dia; que esses contatos telef�nicos ocorreram entre 2007 e 2013?, contou o ex-diretor de marketing da Caixa.
Caixa
"O empregado Clauir dos Santos prestou voluntariamente depoimento junto ao Minist�rio P�blico Federal, tendo inclusive colocado � disposi��o das autoridades seus sigilos banc�rio, fiscal e telef�nico.
Clauir dos Santos � ex-diretor de marketing do banco e se aposentou em maio de 2015, dentro do Plano de Incentivo � Aposentadoria realizado esse ano.
O atendimento a parlamentares e agentes p�blicos faz parte das atribui��es de relacionamento institucional da CAIXA.
Nos relat�rios da Pol�cia Federal e do Minist�rio P�blico, no �mbito da Opera��o A Origem, n�o houve nenhuma den�ncia relativa a pr�tica de irregularidades pela CAIXA, pelo empregado Clauir ou por outro empregado desta empresa.
Desde que tomou conhecimento dos fatos, a CAIXA prestou integral colabora��o � Pol�cia Federal e ao Minist�rio P�blico Federal, enviando documentos e informa��es, conforme dados constantes na pe�a de acusa��o.
A CAIXA instaurou apura��o interna para os fatos objeto da investiga��o que envolvem as empresas IT7 e Borghi-Lowe. Os trabalhos da comiss�o est�o em andamento com previs�o de finaliza��o no final de junho.
A CAIXA ressalta que est�o suspensos, desde o dia 10 de abril, todos os pagamentos de servi�os prestados pelas empresas IT7 e Borghi-Lowe. Al�m disso, o contrato com a Borghi venceu em abril de 2015, n�o tendo sido renovado.
N�o foi autorizada, desde a deflagra��o da opera��o policial mencionada, a execu��o de novos servi�os pelas empresas citadas.
A CAIXA ratifica que continua � disposi��o da Pol�cia Federal, Minist�rio P�blico, Controladoria Geral da Uni�o e Tribunal de Contas da Uni�o para os esclarecimentos necess�rios."