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Estado de Minas

Delator indica que Odebrecht sabia de propina para Eduardo Campos

As construtoras teriam pago propina ao ex-governador de Pernambuco durante a campanha para o governo do estado


postado em 19/06/2015 18:01 / atualizado em 20/06/2015 07:38

Em novo depoimento � for�a-tarefa da Lava Jato, o executivo da Camargo Corr�a e delator Dalton dos Santos Avancini afirmou que a empreiteira pagou R$ 8,7 milh�es em propina para a campanha de Eduardo Campos (ex-PSB, morto no ano passado em um acidente a�reo) ao governo de Pernambuco por meio de um contrato fict�cio do Cons�rcio CNCC, liderado pela Camargo Corr�a. � a primeira vez que o delator, que j� admitiu R$ 110 milh�es de propina a ex-diretores da estatal, cita repasse para a campanha de um pol�tico.

Avancini afirmou em seu depoimento prestado no dia 6 de maio deste ano que a propina era referente a um outro contrato, este de terraplenagem das obras da refinaria, vencido pela Camargo em um outro cons�rcio formado Odebrecht, Camargo Corr�a, Galv�o Engenharia e Queiroz Galv�o. Segundo o delator, cada uma destas empresas teriam pago propinas individualmente ao candidato ao governo do Estado. "Eis que Camargo Corr�a veio pagar 8.7 milh�es de reais titulo de propina em favor da campanha de Eduardo Campos para o Governo de Pernambuco por meio de um contrato fict�cio com Master Terraplenagem, junto ao Cons�rcio CNCC onde Camargo era l�der poderia operacionalizar tais pagamentos sem ter de dar explica��es", afirmou o executivo.

O depoimento, um dos elementos que serviu de base para a deflagra��o da 14ª etapa da Lava Jato nesta sexta-feira, 19, que levou � pris�o os presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, cita ainda uma conversa sobre a propina com o diretor da Odebrecht, Marcelo Reis, tamb�m preso nesta sexta. Segundo o relato, o delator "presume que os demais consorciados tenham feito o mesmo (pago propina), observando que, conforme mencionado naquele termo (outro trecho do depoimento), M�rcio Faria da Silva, Diretor da Odebrecht disse que esse valor sobre a terraplenagem da RNEST (a propina para Eduardo Campos) seria devido (para as empresas)".

Ele n�o detalhou como os repasses influenciariam na obra, tocada pela Petrobras, estatal do governo federal e nem citou em que ano foi feito o repasse (Campos foi eleito em 2006 e em 2010 para o governo de Pernambuco). A terraplenagem � uma das etapas iniciais da obra de Abreu e Lima, que come�ou em 2007, um ano ap�s a elei��o vencida por Campos no Estado. Na �poca, o pol�tico era aliado do governo federal, tendo atuado depois de eleito para a implementa��o na obra, uma das maiores do Pa�s, no Estado. N�o � a primeira vez que o nome do ex-governador aparece no esc�ndalo, no ano passado, o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa afirmou ter intermediado o pagamento de propina de R$ 20 milh�es para campanha de Campos em 2010.

'Retorno'

Al�m de envolver outros executivos, o delator detalhou como a Camargo Corr�a fazia para "recuperar" o dinheiro da propina a partir do contrato com a Petrobr�s. Questionado pela Pol�cia Federal sobre como a empresa seria "ressarcida" da propina, o delator afirmou que "o valor seria devolvido no lucro global do cons�rcio, j� inflacionado pelos valores acrescidos com essa finalidade", disse.

De acordo com Avancini, a Camargo Corr�a inseria o "custo" da propina na rubrica de "conting�ncias" dos contratos, que consideram fatores vari�veis na execu��o da obra e que podem afetar o custo do empreendimento. "O custo da propina era inserido na rubrica 'conting�ncias' o qual demandava diversos fatores vari�veis, como clima (caso n�o houvesse o pagamento de verbas de chuvas), fatores trabalhistas, riscos t�cnicos, riscos financeiros, dentre outros", relatou o executivo.

A pr�tica j� havia sido revelada aos investigadores da Lava Jato pelo ex-gerente jur�dico de Abastecimento da Petrobras Fernando de Castro S�. Em depoimento aos investigadores, ele afirmou que a estatal deixou de considerar �ndices pluviom�tricos para iniciar obras de terraplenagem de Abreu e Lima, o que elevou os custos da obra.

Segundo o ex-gerente jur�dico, havia um consenso que a obra de Abreu e Lima n�o come�aria em per�odo de chuva, por causa da terraplenagem, t�cnica usada para aplainar o terreno. Por�m, ao assumir o comando da obra, a Diretoria de Servi�os teria alterado os padr�es de contrata��o, que anteriormente levavam em contas �ndices pluviom�tricos.

Defesa


O Partido Socialista Brasileiro (PSB) informa que todos os recursos que financiaram as campanhas de Eduardo Campos para o governo de Pernambuco foram arrecadados legalmente. Inclusive, a conta referente a 2010 foi aprovada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco.

A Queiroz Galv�o nega qualquer pagamento il�cito a agentes p�blicos para obten��o de contratos ou vantagens. A companhia informou que todas as suas doa��es seguem rigorosamente a legisla��o eleitoral. "A Queiroz Galv�o reitera que sempre pautou suas atividades pela �tica e pelo estrito cumprimento da legisla��o".


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