O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), n�o utilizou seu discurso para comentar - direta ou indiretamente - as investiga��es da Pol�cia Federal, como tem feito recentemente. A opera��o Acr�nimo, da PF, investiga suspeitas de irregularidades e caixa dois em sua campanha ao governo do Estado em 2014. Em solenidade nesta quarta, 1º, na sede do Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG), no Centro da capital, Pimentel falou apenas sobre a agenda: a instala��o do Centro Judici�rio de Solu��o de Conflitos e Cidadania para Demandas Territoriais Urbanas e Rurais e de Grande Repercuss�o Social (Cejus Social) e a assinatura do decreto da cria��o da Mesa de Di�logo e Negocia��o Permanente com Ocupa��es Urbanas e Rurais e outros grupos envolvidos em conflitos sociofundi�rios.
A aus�ncia de declara��es diretas ou indiretas sobre as investiga��es da PF quebra uma sequ�ncia de afirma��es nas agendas recentes do governador. Nessa ter�a, 30, ap�s reuni�o no Rio de Janeiro com governadores do Sudeste, o petista disse ter "muita tranquilidade" sobre a investiga��o, mas ressaltou estar preocupado com o uso abusivo de "instrumentos de exce��o". � tarde, durante solenidade para san��o de projeto de lei que assegura o pagamento do piso nacional para os servidores estaduais da Educa��o, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Pimentel, em seu discurso, disse que "a cada acusa��o ou cal�nia" que fizerem, a resposta ser� "com trabalho".
Elogios
Ainda no evento no TJMG, Pimentel exaltou a iniciativa do Judici�rio e do Executivo mineiros em avan�ar nas negocia��es de conflitos territoriais. "Como cidad�o, n�o vejo outro caminho para a sociedade brasileira que esse que estamos fazendo em Minas: com di�logo, tranquilidade. Estou muito orgulhoso de ser cidad�o de Minas Gerais", terminou, saindo na sequ�ncia, sem falar com a imprensa.
Para o presidente do TJMG, desembargador Pedro Carlos Bitencourt Marcondes, a instala��o do Cejus Social e da mesa n�o � o reconhecimento da fal�ncia do sistema. "As senten�as de conflitos sociais n�o podem ser cumpridas a mandato militar. Tem que haver o di�logo, a conversa. Esse Conjur social � o primeiro do Pa�s e esperamos dar o exemplo", falou.
No evento, estavam representantes do Minist�rio P�blico Federal e de movimentos sociais, al�m de corregedores, procuradores, desembargadores, deputados e secret�rios de Estado. O membro da dire��o do MST-MG, Silvio Cardoso Neto, que foi ao palco discursar em nome dos movimentos sociais mineiros, destacou a import�ncia da mesa de di�logos e disse que o conflito social n�o � uma "provoca��o sint�tica, falsa", mas decorrente da desigualdade social que atinge o Pa�s. O MST tem 42 acampamentos, com cerca de cinco mil fam�lias, no Estado.
Isabella Miranda, militante das Brigadas Populares, se manifestou ao final do evento, dizendo que as ocupa��es urbanas n�o foram chamadas para o evento, sendo impedidas de subir antes ao audit�rio. "Essa mesa foi constitu�da por n�s e nesse momento estamos sendo exclu�dos do processo. O acordo est� sendo quebrado", afirmou aos jornalistas presentes. Isabella foi chamada depois por representantes do Minist�rio P�blico para conversar.