
O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, antecipou � reportagem nesta quarta-feira, 01, que a presidente Dilma Rousseff vetar� o projeto de lei aprovado ontem que reajusta entre 56% e 78% os sal�rios dos servidores do Judici�rio. Dos Estados Unidos, por telefone, o ministro manifestou enorme preocupa��o com o risco de o projeto ter impacto explosivo nos gastos de pessoal n�o s� da Uni�o, mas de todo o Estado brasileiro por causa do seu efeito de press�o em "cascata".
"N�o podemos e n�o iremos sancionar esse projeto de Lei. Ele coloca em risco a estabilidade fiscal", disse Barbosa. O projeto foi aprovado ontem pelo plen�rio do Senado Federal. Em um discurso duro e ao mesmo de alerta geral, o ministro afirmou que esse projeto, para sociedade brasileira, � incompat�vel com a atual situa��o econ�mica do Pa�s. O ministro disse que � uma proposta inaceit�vel do ponto de vista fiscal e injusta do ponto de vista social.
"No momento em que v�rias empresas e trabalhadores enfrentam dificuldade com aumento de desemprego, n�o � adequado e nem defens�vel propor aumento de 56% a 78% do Judici�rio. Isso pode gerar gasto explosivo de pessoal n�o s� Judici�rio mas de todo o Estado brasileiro. Cria efeito em cascata para outras carreiras", advertiu.
O ministro afirmou ainda que num momento de transi��o e de reequil�brio fiscal na economia brasileira, n�o � razo�vel pedir � sociedade brasileira que aumente a parcela da sua renda dedicada a pagar os servidores p�blicos.
Barbosa destacou que a aprova��o do projeto n�o muda em nada as negocia��es em curso para o reajuste dos servidores do Executivo. "J� estamos em processo de negocia��o do reajuste de servidores do Executivo desde o final de mar�o", disse. Segundo ele, o governo j� apresentou a proposta, que prev� uma aumento escalonado de 21,3%, dividido em parcelas de 5,5% em 2016, 5,0% em 2017, 4,8% em 2018 e 4,5% em 2019.
Na avalia��o do ministro, essa � uma proposta razo�vel do ponto de vista fiscal, porque mant�m o gasto da Uni�o est�vel em rela��o ao PIB ao longo de quatro anos. Barbosa acrescentou ainda que proposta � tamb�m respons�vel do ponto de vista social porque preserva o poder de compra dos servidores p�blicos, mesmo em momento de ajuste fiscal. "O que foi aprovado ontem n�o muda em nada o objetivo do governo em promover um grande acordo com os servidores do Executivo", afirmou Barbosa.