Bras�lia - Com ou sem Dilma Rousseff, o PMDB decidiu que vai trabalhar para manter-se no poder a partir de 2018, mas trocando o Pal�cio do Jabuti, sede da Vice-Presid�ncia, pelo do Planalto. A despeito da crise que engole a atual gest�o da presidente e dos rumores de encurtamento do mandato dela, os l�deres peemedebista tra�aram um projeto para ter um candidato forte na disputa pela Presid�ncia daqui a tr�s anos e meio.
Antes de falar em nomes, a c�pula peemedebista acha que precisa utilizar essas tr�s frentes para imprimir uma imagem de partido "pragm�tico", capaz de criar um terceira via entre a polariza��o tucano-petista das �ltimas d�cadas.
A intensa agenda imposta por Cunha e Renan no Legislativo, aliada ao sonhado sucesso dos Jogos, daria ao partido a oportunidade de construir um discurso "realizador" em 2018. Se isso der certo, o mais prov�vel � que Paes e Cunha disputem a indica��o para ser o candidato.
At� l�, Cunha e Renan devem trabalhar para manter Dilma fragilizada, pois uma presidente fraca significa um Executivo fraco, o que abre espa�o para um Legislativo forte, avaliam. A estrat�gia dos dois � desgastar Dilma mediante sucessivas derrotas no Congresso.
A pauta de Cunha e de Renan busca o apelo popular, setorial e "federativo". Enquanto isso, Cunha cresce e se consolida como o "anti-PT". Segundo apurou o Estado, ele encomendou uma pesquisa de inten��o de voto para presidente na qual aparece com 5%. Esse porcentual aumenta quando o nome do PSDB � Geraldo Alckmin (SP), e n�o A�cio Neves (MG).
No caso de Cunha, por�m, antes de qualquer pretens�o eleitoral, ele tem de ser inocentado na investiga��o dos desvios e da corrup��o na Petrobr�s, em que � acusado de ter recebido dinheiro do esquema. Quanto a Renan, tamb�m implicado nesse caso, o pr�prio partido avalia que ele tem uma imagem desgastada.
Serra e empres�rios
Outra alternativa discutida dentro do PMDB inclui uma aproxima��o com o senador Jos� Serra (PSDB-SP). Veterano em disputais presidenciais (ficou em segundo em 2002 e em 2010), ele garantiria ao PMDB uma candidatura competitiva e agregaria ao partido, ao qual j� foi, inclusive, filiado, o discurso da "experi�ncia" para lidar com momentos de turbul�ncia pol�tica e econ�mica - o PMDB ainda precisa conquistar a confian�a do empresariado nacional.
Serra mant�m bom relacionamento com o PMDB no Congresso, mas a miss�o de convenc�-lo a deixar o PSDB ainda � o maior entrave para esse "plano b". Serra tem respondido �s sondagens com afirma��o de "ainda � cedo para falar sobre 2018".
Temer
O pr�ximo passo do projeto peemedebista de voltar ao Planalto ap�s o fim da gest�o Sarney (1985-1990) � a sa�da do vice-presidente Michel Temer da fun��o de articulador pol�tico de Dilma. O grupo do vice n�o estaria disposto a esperar as elei��es de 2018.
O combinado � que Temer deixe a fun��o ap�s o recesso parlamentar para que o PMDB posso discutir com mais desenvoltura uma eventual sa�da de Dilma da Presid�ncia. A avalia��o entre os l�deres peemedebistas � de que "a crise atual � a pr�pria presidente" e de que Temer funciona como uma prote��o a Dilma. Por esse racioc�nio, sem Temer, Dilma ficaria desprotegida e abriria um canal de comunica��o para que ela mesma possa ouvir sugest�es sobre a possibilidade da ren�ncia. Renan e Cunha s�o contra a estrat�gia.