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Estado de Minas

Esquemas de corrup��o se cruzam nas investiga��es da Lava-Jato

Investiga��es do petrol�o t�m ajudado a elucidar pontos de esc�ndalos anteriores. O doleiro Youssef, por exemplo, � elo entre v�rios acusados de crimes do colarinho branco


postado em 13/07/2015 06:00 / atualizado em 13/07/2015 07:09

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Bras�liaMaior a��o de combate � corrup��o dos �ltimos tempos no Brasil, a Opera��o Lava-Jato est� ajudando a desvendar outros esquemas envolvendo a criminalidade de colarinho branco, praticada por pol�ticos de v�rias cores partid�rias e grandes empres�rios. Levantamento do Estado de Minas sobre dados dos inqu�ritos e processos em andamento aponta que pelo menos cinco robustos casos acabaram por receber novas provas a fim de serem elucidados. H� v�rios pontos convergentes entre eles. Mensal�o, Acr�nimo, BNDES, Castelo de Areia e Banestado povoam o notici�rio h� mais de 10 anos, no entanto, nem todas as apura��es resultaram em condena��es dos comprovadamente culpados.

O mensal�o est� relacionado � raiz da Lava-Jato, quando a investiga��o nem sequer havia chegado a casos de desvio de dinheiro na Petrobras. A partir de 2006, os delegados e agentes da Pol�cia Federal come�aram a rastrear os R$ 4 milh�es que o PP recebeu do esquema de compra de votos no Congresso. Os investigadores descobriram que a empresa de instrumentos de medi��o Dunnel, sediada em Londrina, no Paran�, foi beneficiada com um investimento do ex-l�der do PP na C�mara Jos� Janene (PP-PR). O s�cio do ex-deputado era o doleiro Alberto Youssef, um dos principais operadores do esquema que sangrou os cofres da Petrobras.

Monitoramento

A partir dali, a investiga��o descobriu que o doleiro, que havia acertado dela��o premiada para interromper atividades criminosas no caso Banestado, continuava a agir ilicitamente. Segundo investigadores ouvidos pelo EM, os passos de Youssef foram monitorados, em vez de se pedir de imediato a quebra de seu primeiro acordo de dela��o. Os tent�culos do Banestado continuavam em outras opera��es de lavagem envolvendo ainda o laborat�rio Labogen, dos irm�os Leonardo e Leandro Meirelles e o doleiro Carlos Habib Chater, dono do Posto da Torre, em Bras�lia, ponto de partida da Lava-Jato.

Ao apurar com mais profundidade a atua��o de Youssef, os policiais e procuradores do Minist�rio P�blico chegaram a Paulo Roberto Costa, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, que havia ganho um carro de luxo do doleiro. Com esse ind�cio, um leque gigantesco se abriu na Lava-Jato. Segundo mensagem eletr�nica enviada pelo procurador Deltan Dallagnol � rede interna do Minist�rio P�blico Federal, a rela��o entre pol�ticos e empreiteiras s� ficou clara e robusta em agosto do ano passado.

Destinat�rios


Ao mergulhar no mundo das empreiteiras, procuradores e delegados praticamente “ressuscitaram” a Opera��o Castelo de Areia, que havia sido desencadeada pela Pol�cia Federal em 2009 para investigar supostos crimes financeiros e lavagem de dinheiro. No centro da investiga��o, a empreiteira Camargo Corr�a, uma das envolvidas na Lava-Jato. Sete partidos pol�ticos (PPS, PSB, PDT, DEM, PP, PMDB e PSDB) foram mencionados como supostos destinat�rios de doa��es de recursos il�citos a partir do esquema fraudulento.

Os investigadores tamb�m suspeitaram de que a empreiteira teria repassado recursos para Adhemar Palocci, irm�o do ex-ministro Ant�nio Palocci, que chegou a ter o nome envolvido na Lava-Jato. O Superior Tribunal de Justi�a (STJ) anulou o processo por entender que as provas foram colhidas de fontes an�nimas.

Agora, os executivos da Camargo Corr�a Eduardo Hermelino Leite e Dalton Avancini fizeram acordo de dela��o premiada e confessaram que a empresa pagou R$ 110 milh�es em propinas para abastecer o esquema de corrup��o desvendado no ano passado.

A rela��o com empreiteiras ainda faz conex�o com a recente Opera��o Acr�nimo. Flagrado em seu avi�o com R$ 113 mil em esp�cie, o empres�rio Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Ben�, preso na opera��o da PF, teria pedido doa��o de campanha para o governador de Minas, Fernando Pimentel, j� em dezembro de 2013, quando ele ainda era ministro do governo de Dilma Rousseff. � o que mostra uma anota��o na agenda do empreiteiro G�rson Almada, dono da Engevix. N�o houve ajuda, segundo disse o empreiteiro � Pol�cia Federal.

As revela��es ainda est�o levando � Lava-Jato a casos como a constru��o das usinas de Belo Monte, no Par�, e de Angra 3, no Rio de Janeiro.

Devolu��o de valores


O que mais surpreende at� os investigadores na Lava-Jato � o volume de dinheiro recuperado. Dos R$ 19 bilh�es desviados na Petrobras, R$ 1 bilh�o vai voltar aos cofres p�blicos em pouco mais de um ano. � mais de 20 vezes tudo o que o Brasil recuperou no exterior entre 2003 e 2014. O coordenador a for�a-tarefa do Minist�rio P�blico, Deltan Dallagnol, afirmou ao Correio que foi importante atingir o cora��o pol�tico-empresarial brasileiro.

“O caso Lava-Jato inovou ao avan�ar as investiga��es sobre a c�pula econ�mica e pol�tica do pa�s, viabilizando, em menos de um ano, um salto no valor de propinas comprovadas de 240 vezes (de R$ 25 milh�es para R$ 6 bilh�es)”, disse. De in�cio, o �nico desvio levantado, eram os recursos mantidos por Paulo Roberto Costa no exterior. Balan�o da Petrobras estimou as perdas com corrup��o em R$ 6 bilh�es. Laudos da PF apontam perdas de R$ 19 bilh�es. “A Lava-Jato significou uma importante rea��o contra estruturas de injusti�a que s�o comandadas por c�pulas que t�m poder e influ�ncia para mudar esse estado de corrup��o end�mica, mas permanecem inertes porque se beneficiam dele.”

Dallagnol destaca as acusa��es criminais contra mais de 100 pessoas. “S� foi poss�vel em raz�o da atua��o integrada do Minist�rio P�blico, Justi�a e Pol�cia Federal, de uma atua��o isenta, mas firme, do Judici�rio, e do uso de colabora��es premiadas”, avalia.


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