
Em depoimento � CPI da Petrobras, o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, disse que nenhum fato relacionado a desvio de dinheiro p�blico, corrup��o ou improbidade administrativa chegar� � presidente Dilma Rousseff. "Conhe�o a presidente h� muitos anos. Toda pessoa tem defeitos. N�o est� entre os defeitos da presidenta Dilma Rousseff a desonestidade", declarou.
Cardozo disse ainda que s�o "fantasiosos" os xingamentos da presidente em rela��o � sua atua��o diante da Opera��o Lava Jato. Para o ministro, os fatos foram inventados por participantes da reuni�o com Dilma.
Questionado sobre a Opera��o Politeia, deflagrada ontem contra pol�ticos, Cardozo destacou que a ordem de busca e apreens�o partiu da Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello. "A opera��o de ontem n�o � dirigida pela PF", enfatizou.
Escutas ilegais
� CPI da Petrobras, o ministro afirmou que sindic�ncia sobre o epis�dio das escutas est� sob sigilo e que nem ele tem acesso �s investiga��es do caso. Ele foi questionado sobre a pol�mica envolvendo escutas na cela do doleiro Alberto Youssef, personagem central da Opera��o Lava Jato e preso na carceragem da Pol�cia Federal em Curitiba.
"Se ficar comprovado que existem escutas ilegais ser�o estudadas medidas. � ato grav�ssimo escuta ilegal, jamais podem ser feitas. Podem ter absoluta certeza que se ficar comprovado, pouco importando a raz�o, se a raz�o era investigar ou outra raz�o, se estudar� medida criminal e instala��o de processos administrativos disciplinares. Mas, para isso � necess�rio que se apure. Caso se comprove (escutas ilegais), havendo comprova��o material, seguramente ser�o tomadas medidas", afirmou Cardozo.
Cardozo afirmou, durante o depoimento, que teve conhecimento do epis�dio e leu o relato da Pol�cia Federal sobre o ocorrido. Segundo o ministro, ele estudar� medida criminal e disciplinares. "Mas para isso necess�rio que se apure."
Acordos de leni�ncia
Cardozo disse ainda ser favor�vel a acordos de leni�ncia e dela��es premiadas, enquanto "instituto". "T�m de ser bem utilizadas", afirmou.
O ministro negou que tenha participado de encontros sigilosos com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, e com o procurador-geral Rodrigo Janot. "�s vezes a imagina��o vai al�m dos fatos", afirmou.
Cardozo � o primeiro ministro convocado pela CPI da Petrobras para falar sobre o esquema de corrup��o. Ele come�ou seu depoimento nesta quarta-feira explicando que n�o cabe ao ministro determinar quem ser� investigado pela Pol�cia Federal.
A ida do ministro � CPI ocorre um dia ap�s a PF deflagrar a Opera��o Politeia, que fez buscas e apreens�es nas resid�ncias de parlamentares investigados no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de envolvimento com a Opera��o Lava Jato.
A Politeia foi duramente criticada por parlamentares. Os agentes federais cumpriram mandados de busca e apreens�o envolvendo os senadores Fernando Collor (PTB-AL), Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) e Ciro Nogueira (PP-PI) e o deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), al�m do ex-ministro das Cidades M�rio Negromonte (PP-BA) e o ex-deputado federal Jo�o Pizzolatti (PP-SC). As medidas foram requeridas por Rodrigo Janot.