Bras�lia - Menos de 24 horas ap�s o rompimento pol�tico do presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com o governo, surgiram as primeiras manifesta��es pr�ticas de aliados e advers�rios do peemedebista. Ex-l�der do governo, Henrique Fontana (PT-RS) anunciou que pedir� � CPI da Petrobras uma acarea��o entre Cunha e o lobista Julio Camargo, que o acusa de pedir US$ 5 milh�es por contratos na estatal. De outro lado, o aliado da bancada evang�lica Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) pediu a expuls�o do atual vice-l�der do governo, S�lvio Costa (PSC-PE), de seu partido por ter atacado Eduardo Cunha na sexta-feira.
Desafeto de Cunha, Henrique Fontana anunciou que, t�o logo volte do recesso, apresentar� requerimento � CPI da Petrobras convoque acarea��o entre o peemedebista e o lobista Julio Camargo, que em sua mais recente dela��o acusou o presidente da C�mara de pedir US$ 5 milh�es de propina por contratos feitos com a estatal.
A proposta ocorre um dia depois de o governo tentar amenizar as declara��es de Cunha e de desautorizar o pedido de afastamento de Cunha feito por seu vice-l�der S�lvio Costa na C�mara. Fontana disse que o pedido de acarea��o n�o foi articulado com o governo nem com o PT. "� uma decis�o minha", afirmou.
Para o ex-l�der do governo Dilma Rousseff, o requerimento � uma maneira de evitar que Cunha repita o que fez em mar�o, quando foi � CPI apenas para receber elogios de aliados. "Ele deu sinais claros de que pretende usar a institucionalidade da presid�ncia da C�mara para chantagear, atacar e fazer a defesa dele. Isso n�s n�o vamos permitir na medida da for�a que tivermos", disse Fontana.
Expuls�o
Marco Feliciano pediu ao seu partido a expuls�o de S�lvio Costa ainda na sexta-feira."Solicito que estude uma medida disciplinar com expuls�o do partido contra o deputado S�lvio Costa", disse no documento. Para Feliciano, Costa se comporta de maneira"espetaculosa". "Posi��o dessa natureza jamais pode ser manifestada individualmente por um parlamentar, contrariando a posi��o da dire��o do partido, incorrendo, a meu ver, em infidelidade partid�ria", argumentou em seu pedido. Cunha negou ter influenciado a solicita��o de Feliciano.
Em resposta, Silvio Costa respondeu com uma frase b�blica atribu�da � Jesus em sua crucifica��o. "J� que ele � um homem evang�lico, vou responder a ele com uma frase da B�blia. Perdoa aqueles que n�o sabem o que fazem", disse, sugerindo que Feliciano "est� enganado".
Integrantes da bancada evang�lica, da qual Cunha sempre fez parte, deram sinais de apoio ao peemedebista, refutando a tese de isolamento do presidente da C�mara defendida pelos governistas. "Nesse momento me solidarizo com o deputado Eduardo Cunha, que, pelo seu passado de lutas, em d�cadas de servi�os prestados � Na��o galgando os mais altos postos da Rep�blica sem nunca ter seu nome manchado ou envolvido em qualquer ato que o desabonasse", afirmou Feliciano em nota.
O deputado S�stenes Cavalcante (PSD-RJ) tamb�m se disse solid�rio. Segundo o parlamentar, que tamb�m � pastor e comanda a comiss�o especial que discute o conceito de fam�lia, Cunha mant�m apoio de bancadas conservadoras como a evang�lica. "O governo n�o tem interlocu��o nenhuma. � ruim de pol�tica. A tend�ncia � piorar cada vez mais. Este vai ser um agosto infernal", afirmou.