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Estado de Minas

Lava-Jato rastreia contas em busca de prova contra Cunha


postado em 19/07/2015 09:37 / atualizado em 19/07/2015 09:57

O lobista Júlio Camargo em depoimento à força-tarefa da Lava-Jato disse que o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), cobrou propina de US$ 5 milhões para manutenção de contratos da Petrobras(foto: Lúcio Bernardo Jr.)
O lobista J�lio Camargo em depoimento � for�a-tarefa da Lava-Jato disse que o presidente da C�mara, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), cobrou propina de US$ 5 milh�es para manuten��o de contratos da Petrobras (foto: L�cio Bernardo Jr.)

Curitiba e S�o Paulo - A for�a-tarefa da Opera��o Lava-Jato rastreia documentos sobre contas secretas que seriam mantidas no exterior pelo ex-diretor da Petrobras Nestor Cerver� e Fernando Falc�o Soares, o Fernando Baiano - apontados como "bra�os" do PMDB no esquema de corrup��o na estatal -, para tentar comprovar as informa��es prestadas pelo lobista Julio Camargo em depoimento no qual incriminou o presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Na quinta-feira (17), Camargo, um dos delatores da Lava-Jato, declarou � Justi�a Federal que Cunha exigiu dele em 2011 US$ 5 milh�es de propina para a manuten��o de dois contratos de navios-sonda assinados pela coreana Samsung em parceria com a japonesa Mitsui.

Foi a primeira vez que Camargo, que fez colabora��o premiada em outubro de 2014, citou Cunha como destinat�rio de propina. Como possui foro privilegiado, o presidente da C�mara � alvo de inqu�rito no Supremo Tribunal Federal que apura crimes de corrup��o e lavagem de dinheiro.

Na sexta-feira (17), o juiz federal S�rgio Moro, que conduz os processos da Lava-Jato na primeira inst�ncia, em Curitiba, anexou extratos banc�rios com movimenta��es das contas aos autos da a��o penal em que Cunha foi citado por Camargo. Os documentos foram enviados por autoridades da Su��a.

O lobista disse no depoimento que Fernando Baiano lhe relatou na �poca que estava sendo pressionado pelo deputado a pagar US$ 10 milh�es "atrasados" de um total de US$ 30 milh�es de propina - dos quais US$ 5 milh�es seriam para o peemedebista. Camargo afirmou que depositou recursos em contas no exterior tendo como benefici�rio Fernando Baiano ap�s se encontrar pessoalmente com Cunha no Rio em 2011.

Os documentos anexados por Moro ao processo dizem respeito �s contas Three Lions Energy Inc, Pentagram Energy Corp, Falcon Equity, Marbury Investment & Finance, Russel Advisors e Forbal - todas empresas offshores abertas por Baiano e Cerver� fora do Brasil para movimentar recursos em para�sos fiscais, conforme as investiga��es.

Na a��o penal s�o r�us Cerver�, Baiano e Camargo, entre outros, acusados de corrup��o e lavagem de dinheiro. Nas pr�ximas semanas, o juiz S�rgio Moro dever� decidir se condena ou n�o os acusados. Toda documenta��o arregimentada pela for�a-tarefa da Lava-Jato na primeira inst�ncia � compartilhada com a Procuradoria-Geral da Rep�blica, que conduz os inqu�ritos no �mbito do Supremo - entre eles o que investiga o presidente da C�mara. Caber� ao procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, a tarefa de oferecer ou n�o den�ncia contra Cunha e as outras autoridades com prerrogativa de foro.

Para o Minist�rio P�blico Federal no Paran�, as movimenta��es j� detectadas entre as contas das offshores Piamonte, atribu�da a Camargo, para a Three Lions, atribu�da a Fernando Baiano, e posteriormente para a Russel Advisors Inc, que seria mantida por Cerver�, comprovariam os pagamentos de propina no caso dos navios-sonda.

Fernando Baiano e Cerver� tamb�m foram ouvidos na quinta-feira passada por Moro em audi�ncia da a��o penal. Os dois permaneceram calados.

Procurado ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo, Cunha disse por meio de sua assessoria que n�o tem qualquer envolvimento com o esquema de corrup��o na Petrobras. "O presidente da C�mara n�o faz parte disso", afirmou a assessoria.

Desde que o depoimento de Julio Camargo veio � tona,Cunha aponta "uma tentativa de constranger o Poder Legislativo", tendo "por tr�s" o Executivo em articula��o com Janot.

Na sexta-feira (17), ele tamb�m atacou o juiz S�rgio Moro, afirmando que o magistrado "se acha o dono do mundo" e n�o poderia ter tomado depoimentos de investigados que citam autoridades com foro privilegiado. Moro reagiu e divulgou nota na qual afirma que "n�o cabe ao Ju�zo silenciar testemunhas ou acusados na condu��o do processo".

A defesa de Fernando Baiano afirmou que desconhece os fatos relatados por J�lio Camargo na quinta-feira passada. De acordo com o advogado N�lio Machado, Fernando Baiano jamais admitiu possuir contas no exterior.

O advogado de Cerver�, Edson Ribeiro, negou que seu cliente tenha recebido propina referente aos contratos dos navios-sonda. "N�o existe essa liga��o. O Minist�rio P�blico vai ter de provar", afirmou. Ribeiro n�o comentou as investiga��es envolvendo offshores mantidas fora do Pa�s e atribu�das ao ex-diretor da �rea Internacional da Petrobras.


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