
Sargento Rodrigues afirma que uma das coisas que mais o incomodam nesses anos de trabalhos na ALMG � o deputado que faz “bico” do exerc�cio da atividade parlamentar e o fato de eles n�o serem obrigados a marcar presen�a. “O que faz com que ele v� � Assembleia na hora e no dia em que ele bem entender. A obriga��o de votar ou n�o uma mat�ria est� atrelada ao seu “bel -prazer”, ou melhor, de que forma vou tirar proveito em votar com o Poder Executivo ou n�o”, afirma o parlamentar. Rodrigues se elegeu deputado pela primeira vez em 1998, depois de despontar como um dos l�deres da greve da Pol�cia Militar em 1997, e foi nas elei��es passadas o quinto deputado mais bem votado do estado, com 98,8 mil votos.
“Quem n�o gostaria de ter um ‘bico’, leia-se atividade paralela com imunidade parlamentar, e ao mesmo tempo receber R$ 25.322 todo m�s, sem nenhum desconto por atraso ou falta ao trabalho?”, questiona o parlamentar se referindo ao sal�rio mensal dos deputados estaduais mineiros. O deputado � autor de uma proposta de emenda � Constitui��o (PEC) que prev� o corte de R$ 2.110 no sal�rio dos deputados para cada uma das sess�es legislativas, que ocorrem toda ter�a, quarta e quinta-feira, que ele n�o comparecer. O regimento interno j� prev� o corte por faltas, mas ele nunca � feito.
No texto, batizado de Legislar ou prostituir, o deputado revela tamb�m como funciona o lobby em favor de empres�rios. Segundo ele, os parlamentares pedem para a secret�ria marcar uma agenda com o governador ou com secret�rios de Estado e levam algum empres�rio junto. “Quem pediu a agenda foi o deputado, mas quando adentra a sala da autoridade, quem entra � dono do ramo de um neg�cio, � o detentor de uma atividade econ�mica que necessita de uma m�ozinha ou um empurr�ozinho em sua atividade principal”. Segundo ele, esse tipo de deputado n�o est� preocupado em bater ponto na ALMG. “Ali�s, para que se preocupar em bater ponto, pois o sal�rio de deputado � uma migalha comparado ao seu principal ramo de neg�cio ou atividade.”
Diz ainda que muitos parlamentares se elegem “para abrir portas que s� o poder econ�mico n�o abriria” ou garantir imunidade em caso de processos criminais. “E ainda tem aqueles que buscam, al�m de abrir portas com o mandato parlamentar, vestir a capa da imunidade que o mandato tem”, afirma em outro trecho do texto postado sexta-feira (17) e que, at� a tarde dessa segunda-feira (20), tinha meia centena de compartilhamentos e outra de coment�rios, muitos com elogios ao ataque de sinceridade do deputado.
Veja o que o deputado Sargento Rodrigues falou dos parlamentares
“O que se v� na pr�tica � a forma mais nojenta de se vender no dia a dia, n�o importa qual seja o projeto, importa de quem � a autoria. Ou seja, o governador mandou votar, vota-se! Bom, mas votar em troca de qu�? Em que posso ser beneficiado se votar esse projeto a favor do governo?”
“Nesse emaranhado de interesses, cada um adota uma postura de trabalho que se encaixe melhor em seus prop�sitos, uns republicanos, outros nem tanto e alguns,
de forma muito escancarada, adotam o ‘trabalho’ parlamentar como
se fosse uma atividade paralela, ‘bico’”
“As barganhas s�o nojentas. � medida que os interesses da coletividade s�o deixados em �ltimo plano, d�-se prefer�ncia �quelas que v�o lhe render algum favor ou cargo junto ao governo do estado”
“Quem n�o gostaria de ter um ‘bico’, leia-se atividade paralela com imunidade parlamentar, e ao mesmo tempo receber R$ 25.322 todo m�s, sem nenhum desconto por atraso ou falta ao trabalho?”
“Ele pede � sua secret�ria para marcar uma agenda com o governador ou secret�rio. Quem pediu a agenda foi o deputado, mas quando adentra a sala da autoridade quem entra � dono do ramo de um neg�cio, � o detentor de uma atividade econ�mica que necessita de uma m�ozinha ou um empurr�ozinho em sua atividade principal”
“Enquanto a Assembleia n�o descontar no sal�rio do deputado que faltar �s sess�es ordin�rias, vamos assistir todos os meses aos deputados recebendo o sal�rio sem ao menos cumprir com suas obriga��es de comparecer �s sess�es plen�rias �s ter�as, quartas e quintas-feiras”