
Considerada uma das maiores iniciativas daquele pa�s no combate ao dinheiro sujo, as autoridades su��as apuraram que mais de 30 de seus bancos foram usados para ocultar a origem do dinheiro. Para a Procuradoria da Rep�blica do pa�s europeu, o “centro financeiro su��o foi seriamente afetado pelo esc�ndalo, com v�rias pessoas e empresas indiciadas ou j� condenadas no Brasil conduzindo transa��es suspeitas”. Para Berna, a iniciativa dos procuradores tem como fun��o, ainda, “proteger o centro financeiro su��o, exposto a riscos de reputa��o por incidentes como esse”.
No pedido recebido pelo Brasil na segunda-feira, o Minist�rio P�blico su��o solicita uma assist�ncia legal, ou seja, que a Justi�a brasileira colha o depoimento dos suspeitos e at� mesmo de indiciados que est�o vivendo no Brasil. Segundo as autoridades su��as, o inqu�rito contra a Odebrecht � apenas um dos nove instaurados at� agora naquele pa�s para apurar transa��es suspeitas envolvendo dinheiro da Petrobras. No
MIL TRANSA��ES Al�m de solicitar que indiciados e suspeitos sejam ouvidos, as autoridades su��as querem ter acesso a documentos que possam ajudar na apura��o da lavagem de dinheiro naquele pa�s. Desde que foram comunicados pelos investigadores brasileiros do uso da rede banc�ria pelos operadores do esc�ndalo da Petrobras, os procuradores su��os analisaram cerca de mil transa��es banc�rias que estariam ligadas a esses desvios. A meta do MP em Berna era descobrir a origem dos recursos bloqueados e as empresas que pagaram a propina. Mas foi necess�ria a amplia��o das apura��es, que encontraram um n�mero maior de contas e transa��es suspeitas.
Pelo menos dois ex-funcion�rios da Petrobras, o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e o ex-gerente de Servi�os Pedro Barusco, admitiram ter recebido propina da Odebrecht por meio de bancos su��os, US$ 20 milh�es e US$ 87 milh�es, respectivamente. Os dois s�o un�nimes em dizer que os pagamentos foram feitos por uma empresa registrada no Panam�, a Constructora Internacional Del Sur, e com a ajuda de um economista que vive em Genebra, Bernardo Freiburghaus.
Freiburghaus � suspeito de ser o intermedi�rio dos pagamentos, j� que � um operador que vive em Genebra desde a eclos�o do esc�ndalo e que chegou a fazer parte da lista vermelha da Interpol. Por ter nacionalidade su��a, ele n�o poderia ser extraditado para o Brasil. O economista diz que n�o “existem provas” contra ele. O Minist�rio P�blico do Brasil, entretanto, j� pediu que os su��os colham seu depoimento e confisquem seus bens. A Odebrecht diz que nunca pagou propina para facilitar seus neg�cios na Petrobras e afirma n�o ter rela��o com a empresa no Panam� e Freiburghaus.
Fora do contexto
A Odebrecht disse ser “natural” a abertura de um processo de investiga��o na Su��a. O motivo, avaliou a empresa em nota, � “a grande repercuss�o do tema no Brasil, decorrente do vazamento de informa��es com interpreta��es distorcidas e descontextualizadas”. A empresa disse que tem todo o interesse em esclarecer o assunto. “A Odebrecht contatar� as autoridades su��as para entender o alcance das investiga��es.”