Genebra - O homem investigado no exterior a pedido das autoridades brasileiras como suposto operador de propinas da Odebrecht n�o est� escondido em um bunker ou foragido num local distante. Neste domingo, 21, �s 15h40 no hor�rio europeu (10h40 em Bras�lia), Bernardo Freiburghaus estava na fila de um dos cinemas mais movimentados do centro de Genebra.
O nome dele foi inclu�do na lista vermelha da Interpol, a Pol�cia Internacional, que mant�m representa��o em 181 pa�ses. A medida limita os deslocamentos do alvo. Se ingressar em territ�rio que integra a comunidade policial, Freiburghaus pode ser detido. A pedido do Brasil, a Su��a investiga o suspeito por lavagem de dinheiro, mas n�o fez nenhuma a��o para prend�-lo.
"Para n�s ficou bem caracterizado que ele (Freiburghaus) deixou o Pa�s em fun��o da Opera��o Lava Jato", afirmou o delegado da Pol�cia Federal Igor Rom�rio de Paula. "Em rela��o � empresa Odebrecht, o operador desde muito j� � identificado, � o Bernardo Freiburghaus. Infelizmente, ele saiu do Pa�s e se encontra na Su��a", disse o procurador Carlos Fernando Lima.
"O operador por ela (Odebrecht) contratado para o repasse da propina e lavagem de dinheiro, Bernardo Schiller Freiburghaus, destru�a as provas das movimenta��es das contas no exterior t�o logo efetuadas e, j� no curso das investiga��es, deixou o Brasil, refugiando-se no exterior, com isso, prejudicando a investiga��o em rela��o as condutas que teria praticado para a Odebrecht", afirmou o juiz Sergio Moro, respons�vel pelos processos da Lava Jato, ao decretar as pris�es executadas na sexta-feira.
Cinema
Nesse domingo, o doleiro foi ao cinema como milh�es de pessoas pelo mundo para assistir a Jurassic World com a fam�lia. Durante a proje��o em 3D, divertiu-se e riu com a superprodu��o.
Ao deixar a sala, n�o evitou falar com o jornal O estado de S. Paulo como da �ltima vez em que foi abordado, h� dois meses, e xingou a reportagem. Na ocasi�o, ao ser questionado sobre o envolvimento com o esquema na Petrobras, Freiburghaus s� respondeu que "n�o conhecia ningu�m".
Dessa vez, ele se disp�s a conversar, mas n�o quis comentar a nova fase da Lava Jato, que prendeu as c�pulas da Odebrecht e da Andrade Gutierrez. Questionado sobre seu nome estar na Interpol, lamentou. "�, a vida n�o est� f�cil", disse, antes de seguir em dire��o � sua casa.
Para ir ao cinema, ele caminhou cerca de um quil�metro at� o centro comercial na movimentada Rue de la Confederation. Em seu apartamento, estimado em US$ 3,5 milh�es e situado em �rea nobre, Freiburghaus colocou tapumes nas janelas da cozinha para manter sua privacidade.