O novo decreto de pris�o preventiva do presidente da Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, decorre da descoberta de oito novas contas ligadas ao grupo abertas em nome de empresas offshores Smith & Nash Engeinnering Company, Arcadex Corporation, Havinsur S/A, Golac Project, Rodira Holdings, Sherkson Internacional.
"Na data de ontem, o MPF apresentou a este Ju�zo (…) documenta��o banc�ria recebida, em coopera��o jur�dica internacional, da Su��a relativamente �s contas e transa��es da Odebrecht com as contas controladas por dirigentes da Petrobras", registrou o juiz federal S�rgio Moro, no novo decreto de pris�o dos executivos.
A decis�o de Moro, tomada diante de novas provas que se acumularam desde a pris�o do empres�rio e dos outros executivos ligados ao grupo, abrange, al�m do presidente da empreiteira, os executivos M�rcio Faria, Rog�rio Ara�jo e Alexandrino Alencar - afastados ap�s as pris�es, em 19 de junho.
Os documentos apresentados e os resumos das autoridades su��as feitos � for�a-tarefa da Lava-Jato e levados ontem ao conhecimento do juiz S�rgio Moro indicam que a Odebrecht teria realizado dep�sitos via 10 empresas offshores nas contas dos dirigentes da Petroba�s de duas formas. Duas delas j� eram conhecidas, a Constructora Del Dur e a Klienfeld.
"Diretamente, pela utiliza��o de contas em nome das off-shores Smith & Nash Engeinnering Company, Arcadex Corporation, Havinsur S/A, das quais � a benefici�ria econ�mica final e, portanto, controladora, com transfer�ncias diretas dessas contas para contas controladas por dirigentes da Petrobras."
A outra forma de pagamentos seria feita de maneira indireta. "Pela realiza��o de dep�sitos por meio das contas acima e igualmente das contas em nome das off-shore Golac Project, Rodira Holdings, Sherkson Internacional, das quais tamb�m � a benefici�ria econ�mica final e, portanto, controladora, em contas em nome de outras off-shores controladas por terceiros", acrescenta o juiz, em sua decis�o.
S�o elas as offshores Constructora International Del Sur, Klienfeld Services e Innovation Research. "Tendo os valores em seguida sido transferidos para contas controladas por dirigentes da Petrobras." Duas dessas empresas j� eram alvo das investiga��es, com base nos depoimentos dos delatores e nos primeiros documentos fornecidos por autoridades da Su��a.
Benefici�rios
Os documentos su��os revelaram, segundo sustenta o MPF, que a "conta em nome da off-shore Smith & Nash Engeinnering Company, que tem por benefici�rio econ�mico a Odebrecht, realizou dep�sitos milion�rios na conta em nome da Sagar Holdings controlada por Paulo Roberto Costa".
Primeiro delator da Lava Jato, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras confessou ter recebido US$ 23 milh�es da Odebrecht, mantidos em contas secretas na Su��a. A partir dos dados de suas contas e de outros delatores, como Pedro Barusco (ex-gerente de Engenharia da Petrobras) e o lobista Julio Gerin Camargo foram poss�veis o cruzamento de dados das autoridades brasileiras e su��as.
Costa era bra�o do PP, no esquema de controle pol�ticos de diretorias da Petrobras para desvios de 1% a 3% em contratos. No caso do PT e do PMDB, outros dois partidos que controlavam o esquema, foram identificados os caminhos dos recursos que pagaram propina para os ex-diretores de Servi�os Renato Duque (bra�o do PT) e Internacional Nestor Cerver� e Jorge Luiz Zelada (ambos do PMDB).
"A conta em nome da off-shore Arcadex Corporation, que tem como benefici�ria econ�mica a Odebrecht, realizou dep�sitos milion�rios na conta em nome da Milzart Overseas controlada por Renato Duque e na conta Tudor Advisory controlada por Jorge Luiz Zelada", informa Moro.
"A conta em nome da off-shore Havinsur S/A, que tem como benefici�ria econ�mica a Odebrecht, realizou dep�sitos milion�rios na conta em nome da Milzart Overseas controlada por Renato Duque", acrescentou o juiz.
Os documentos da Su��a teriam comprovado que as contas da Smith & Nash, Arcadex, Havinsur e Golac "t�m como fonte de recursos dep�sitos que lhe foram repassados por contas no exterior de empresas do Grupo Odebrecht, como a Construtora Norberto Odebrecht, Osel Odebrecht, Osela Angola Odebrecht e CO Construtora Norberto Odebrecht".
Para o juiz da Lava-Jato, "pelo relato das autoridades su��as e documentos apresentados, h� prova, em cogni��o sum�ria, de fluxo financeiro milion�rio, em dezenas de transa��es, entre contas controladas pela Odebrecht ou alimentadas pela Odebrecht e contas secretas mantidas no exterior por dirigentes da Petrobras".
"Trata-se de prova material e documental do pagamento efetivo de vantagem indevida pela Odebrecht para os dirigentes da Petrobras, especificamente Paulo Costa, Pedro Barusco, Renato Duque, Nestor Cerver� e Jorge Luiz Zelada."