A defesa do lobista Julio Camargo, delator da Opera��o Lava Jato que denunciou propina de US$ 5 milh�es ao presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que Cunha e outros investigados agem com a l�gica da gangue.
"Eventuais contradi��es de Julio Camargo, adv�m de seu justificado temor em rela��o ao deputado federal Eduardo Cunha, que hoje ocupa a presid�ncia do Poder Legislativo Federal", diz o documento que apresenta as alega��es finais do lobista � Justi�a, anexado aos autos do processo na quarta-feira, 29. "A rea��o dos investigados contra o colaborador ocorrem em v�rias inst�ncias informais, que v�o desde a maledic�ncia � cal�nia descarada e formais com o uso da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito da Petrobras para desencorajar e desacreditar a colabora��o prestada por Camargo. Est� em vigor a "moral da gangue", que acredita por triunfar pela vingan�a, intimida��o e corrup��o."
No dia 16 de julho, Julio Camargo declarou � Justi�a Federal que o suposto operador do PMDB no esquema de corrup��o da Petrobras, Fernando Falc�o Soares, o Fernando Baiano, lhe disse que estava sendo pressionado por Eduardo Cunha para pagamento de propina. Os valores da propina teriam sa�do de compras de navios-sonda. Segundo relato de Julio Camargo, o peemedebista exigia US$ 5 milh�es.
"Ningu�m desconhece as cr�ticas que Camargo vem recebendo diariamente por ter colaborado com o MPF, especialmente ap�s ter revelado que foi v�tima de coa��o por um parlamentar que descaradamente lhe exigiu US$ 5 milh�es", dizem os advogados do lobista. "Astuciosamente afirmam que a vers�o de Julio Camargo � mentirosa, teria sido engendrada pelo Procurador Geral da Rep�blica para prejudicar o parlamentar envolvido nos fatos, nada mais falso: - o esc�ndalo e falsidade n�o est�o nas palavras de Camargo, mas na corrup��o daqueles que juraram proteger a coisa p�blica, sacerdotes infieis ao culto que dizem professar se tornaram servos e cultores das falcatruas envolvendo dinheiro p�blico."
Na ocasi�o, Eduardo Cunha desmentiu as declara��es de Julio Camargo e o desafiou a prov�-las. Segundo ele, 'ap�s amea�as publicadas em �rg�os da imprensa, atribu�das ao Procurador-Geral da Rep�blica (Rodrigo Janot), de anular a sua dela��o caso n�o mudasse a vers�o sobre mim, meus advogados protocolaram peti��o no STF alertando sobre isso'. "O delator j� fez v�rios depoimentos, onde n�o havia confirmado qualquer fato referente a mim, sendo certo ao menos quatro depoimentos", afirmou. "� muito estranho, �s v�speras da elei��o do Procurador Geral da Rep�blica e �s v�speras de pronunciamento meu em rede nacional, que as amea�as ao delator tenham conseguido o efeito desejado pelo Procurador Geral da Rep�blica, ou seja, obrigar o delator a mentir."
Para a defesa de Julio Camargo, a rea��o dos acusados e investigados n�o causa estranheza. Segundo os advogados, eles 'agem como crian�as que desejam uma coisa, mas n�o suas consequ�ncias'.
"Amea�am o Poder Judici�rio e o colaborador com "um troco", cientes do poder econ�mico e pol�tico que desfrutam deixam no ar um lembrete - "Hoje investigado, amanh� fa�o a lei", basta ver o que a CPI tem tomado uma s�rie de medidas para desmoralizar a investiga��o, convocando familiares de colaboradores e pedindo a quebra de seus sigilos banc�rios e fiscais, al�m de medidas de coa��o contra Delegados Federais e advogados, a l�gica da gangue continua vigorando: intimida��o e corrup��o", diz o documento subscrito pelos advogados Antonio Augusto Figueiredo Basto, Luis Gustavo Rodrigues Flores, Rodolfo Herold Martins, Adriano S�rgio Nunes Bretas e Tracy Joseph Reinaldet. Eles assumiram a defesa de Julio Camargo, ap�s a sa�da da advogada Beatriz Catta Preta, na semana passada.