A Opera��o Pixuleco, 17.º cap�tulo da Lava-Jato, revela que o ex-ministro Jos� Dirceu recebeu pagamentos mensais de dois grupos empresariais mesmo durante o per�odo em que era investigado, processado, julgado e preso do mensal�o no Supremo Tribunal Federal (STF).
Nesta segunda-feira, Jos� Dirceu foi preso na Pixuleco. Segundo investigadores da Lava-Jato, os pagamentos a Dirceu realizados mensalmente por duas empresas indicam a exist�ncia de um outro Mensal�o para o ex-ministro. Os dep�sitos permanentes a cada 30 dias foram descobertos por meio da quebra do sigilo banc�rio da JD Assessoria.
A investiga��o, segundo a for�a-tarefa da Pixuleco, constatou que al�m de propinas de grandes empreiteiras, como a Camargo Corr�a, OAS e a UTC Engenharia, Dirceu recebeu valores de outras empresas n�o investigadas na Lava-Jato.
"Embora n�o envolvida na Opera��o Lava-Jato, consta que a EMS S/A, empresa farmac�utica, depositou R$ 8.446.500,00, em parcelas mensais, na conta da JD Assessoria entre 15 de setembro de 2009 e 20 de agosto 2014, ou seja, inclusive quando Jos� Dirceu j� estava recolhido � pris�o (Papuda/Bras�lia)", destacou o juiz S�rgio Moro, no decreto de pris�o do ex-ministro.
Tamb�m dep�sitos mensais teriam sido realizados pela Monte Cristalina Ltda, somando R$ 1,3 milh�o. "Embora n�o envolvida na Opera��o Lava-Jato, consta que a empresa Monte Cristalina Ltda. depositou R$ 1.379.625,00, em parcelas mensais, na conta da JD Assessoria entre 2 de janeiro de 2009 a 3 de fevereiro de 2014, ou seja, inclusive quando Jos� Dirceu j� estava recolhido � pris�o", registrou o juiz da Lava-Jato.
O juiz da Lava-Jato n�o considera razo�vel que alguma empresa contratasse servi�os de consultoria de algu�m processado pelo Supremo Tribunal Federal. "N�o � cr�vel que Jos� Dirceu, condenado por corrup��o pelo Plen�rio do Supremo Tribunal Federal, fosse procurado para prestar servi�os de consultoria e intermedia��o de neg�cios ap�s 17 de dezembro de 2012 e inclusive ap�s a sua pris�o."
"Em realidade, parece pouco cr�vel que fosse procurado at� mesmo antes, pelo menos a partir do in�cio do julgamento da A��o Penal 470 pelo Plen�rio do Supremo Tribunal Federal em meados de 2012?, assinala S�rgio Moro.
O juiz federal cita, em seu despacho, trechos da dela��o premiada do lobista Milton Pascowitch, pe�a central da Opera��o Pixuleco. "A realiza��o dos pagamentos ap�s 17 de dezembro de 2012 � mais um indicativo de que os pagamentos n�o consistiam em contrapartida � consultoria ou � intermedia��o de neg�cios reais, mas sim a acertos de propinas pendentes por contratos das empreiteiras com a Petrobras, como admitiu, expressamente, Milton Pascowitch em rela��o aos contratos da Engevix."