Bras�lia - Antes de um almo�o que vai promover ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta ter�a que n�o haver� no Congresso "pauta bomba". "Ao contr�rio, n�s estamos preocupados em desarmar a bomba que est� posta a� na economia", disse ele, em entrevista na porta do seu gabinete.
Numa mudan�a de postura, o peemedebista sinalizou que n�o � a favor da derrubada do veto da proposta que concede reajuste de at� 78% para servidores do Poder Judici�rio. Cabe a ele, como presidente do Congresso, convocar a sess�o das duas Casas Legislativas para apreciar a demanda. Isso deve ocorrer na terceira semana de agosto.
Segundo Renan, os trabalhos v�o ser conduzidos de acordo com o "olhar da sociedade e sem levar em considera��o essas preocupa��es imediatas, corporativas". "Acho que isso n�o faz bem ao equil�brio fiscal", afirmou.
Independ�ncia
Diante da ofensiva que o Pal�cio do Planalto deflagrou sobre ele para debelar a crise nas �ltimas semanas, desde que o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rompeu com o governo, o presidente do Senado fez quest�o de dizer que n�o � "governista nem antigovernista". "Vou me pautar sempre como presidente do Congresso Nacional, um poder independente e aut�nomo que quer colaborar com o pa�s com o olhar sempre da sociedade", afirmou.
Para o peemedebista, a independ�ncia do Congresso � um "caminho sem volta". "Essa � a exig�ncia do Congresso e n�s caminhamos em rela��o � independ�ncia e ela hoje � incompat�vel com a colabora��o com o governo. Eu quero colaborar com o Pa�s, vamos continuar fazendo cr�ticas e apontando erros", destacou.
Desonera��o
Renan adiantou que vai conversar com Levy sobre a reforma do ICMS e tamb�m sobre a proposta que acaba com a pol�tica de desonera��o da folha de pagamento de pessoal. Ele disse que a reforma do ICMS � um "objetivo nacional", mas ponderou que � preciso percorrer "v�rias etapas" e n�o sabe se o Congresso vai conseguir aprovar esse pacote.
No caso da desonera��o, o presidente do Senado lembrou que essa � a �nica medida do ajuste fiscal que precisa ser votada pela Casa. "N�s n�o votamos ainda porque, no cen�rio de crise, recess�o e desemprego, ela agravar� o quadro, ser� danosa para o pa�s", disse o peemedebista, ao destacar que vai reunir em breve os l�deres para discutir o que fazer.
O PMDB do Senado resiste a aprovar o texto que veio da C�mara que permitiu uma s�rie de exce��es para setores da economia. Os senadores do partido defendem que a mudan�a da tributa��o seja linear para todos. Contudo, o impasse atrasa a san��o do texto e os efeitos fiscais da medida, que devem ficar para o ano que vem.
Meta fiscal
Renan disse ainda que a mudan�a da meta fiscal "invariavelmente" teria que ocorrer. Mas, destacou que a proposta pareceu "um pouco precipitada e sem planejamento". "O fundamental � que n�s retomemos aquela conversa do final do semestre passado para que tenhamos uma agenda de interesse do Brasil", disse.