
A presidente Dilma Rousseff admitiu na segunda-feira � noite que a crise por que o pa�s passa gera "instabilidade". A petista disse ser leg�timo os protestos dos cidad�os. Mas aproveitou o encontro para fazer um apelo aos senadores que a ajudassem a barrar eventuais "pautas-bomba", propostas legislativas que causem impacto para os cofres p�blicos.
Em jantar promovido no Pal�cio do Alvorada com a presen�a de 43 senadores e l�deres da base do Senado e 21 ministros, Dilma avaliou que projetos que aumentem gastos p�blicos n�o atingem apenas o governo, mas sim o pa�s.
No encontro, que durou cerca de quatro horas, a presidente apelou aos senadores para ajud�-la na vota��o de propostas de interesse do pa�s. Ela n�o falou diretamente da atua��o da C�mara, presidia por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que rompeu com o governo h� tr�s semanas e imp�s na semana passada duras derrotas ao Pal�cio do Planalto.
No encontro, o l�der do PMDB no Senado, Eun�cio Oliveira (CE), e o senador Romero Juc� (PMDB-RR), comprometeram-se a ajudar o governo na constru��o de uma agenda de retomada do crescimento e melhoria da situa��o econ�mica. Citaram o pacote anticrise apresentado pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), para quatro ministros de Dilma, entre eles Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento).
Renan, que estava afastado do Planalto desde mar�o, na esteira do seu envolvimento na Opera��o Lava-Jato, tem sinalizado disposi��o para ajudar a presidente. Ele n�o compareceu ao encontro, embora tenha se reunido com Dilma na quinta-feira passada.
"A disposi��o dele (Renan) � de tentar contribuir com propostas para o pa�s", disse o l�der do PT, Humberto Costa (PE). "A conversa � um avan�o, partimos para discutir os problemas do pa�s", disse Juc�. "Ela (Dilma) fez um apelo para ter a colabora��o com o Senado - sem fazer qualquer confronto com a C�mara - possa ajudar o Brasil neste momento de dificuldades", completou o primeiro vice-presidente do Senado, Jorge Viana (AC), para quem boa parte dos atuais conflitos decorrem da falta de di�logo.
N�o houve, segundo relatos, a discuss�o sobre nenhuma proposta durante o encontro. O projeto que trata da desonera��o das empresas n�o foi debatido, mesmo sendo o primeiro item da pauta de vota��o desta ter�a-feira. A presidente se comprometeu a nos pr�ximos dias fazer uma rodada de conversas com presidentes e l�deres partid�rios separadamente.