O governo vai investir em v�rias frentes, nesta semana, para evitar que a crise pol�tica se torne irrevers�vel e ameace o mandato da presidente Dilma Rousseff. Para refor�ar a estrat�gia nos dias que antecedem os protestos convocados para o domingo por movimentos contr�rios �s gest�es petistas, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva desembarcar� nesta ter�a-feira, em Bras�lia, onde participar� da abertura da 5ª Marcha das Margaridas.
Empenhado em construir uma rede de apoio para defender Dilma, Lula tamb�m est� conversando com representantes de movimentos sociais, empres�rios e l�deres da base aliada do governo no Congresso. Nessa lista, muitos dos que t�m agora audi�ncia com Dilma j� passaram antes por um t�te-�-t�te com Lula.
Na quinta-feira, o Pal�cio do Planalto abrigar� um grande ato pol�tico, batizado de "di�logos com movimentos sociais", que reunir� sindicalistas, estudantes, sem-terra, quilombolas, trabalhadores rurais e at� religiosos. Foram convidadas mais de 1 mil pessoas de 50 entidades, como Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Uni�o Nacional dos Estudantes (UNE), Confedera��o Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e Conselho Nacional de Igrejas Crist�s (Conic), entre outras.
Estar�o presentes, ainda, dirigentes de centrais sindicais que sempre apoiaram o governo petista, como CUT e CTB. No dia 20, todos estar�o juntos, novamente, desta vez em um "ato pela democracia", com o objetivo de carimbar como "golpe" a tentativa de tirar Dilma do Planalto.
Contraponto
Antes de engrossar a Marcha das Margaridas, � noite Lula conversar� com Dilma, que amanh� encerrar� o encontro das trabalhadoras rurais. O ex-presidente avalia que sua sucessora precisa dar sinais de forte rea��o �s amea�as de impeachment, nesta semana, para fazer um contraponto aos protestos de rua do pr�ximo domingo, previstos para ocorrerem em todo o Pa�s.
� por esse motivo que ela tem feito um discurso mais vigoroso, nos �ltimos dias, repudiando o "vale tudo" na pol�tica. Na sexta-feira, Lula voltar� a Bras�lia, desta vez para refor�ar o ato pela educa��o, bandeira do segundo mandato de Dilma. "O Plano Nacional de Educa��o � muito bom, mas ningu�m conhece", tem repetido Lula. "Precisamos divulgar o que o governo est� fazendo, montar uma agenda positiva. N�o d� para ficar falando apenas de ajuste fiscal."
Dilma iniciou consultas sobre a reforma ministerial pedida por representantes de partidos aliados e por Lula, mas tem encontrado dificuldades para chegar a um acordo com l�deres na C�mara e no Senado. Motivo: h� divis�es e resist�ncias em todos os partidos, e n�o apenas no PT e no PMDB.
Diante desse cen�rio, a presidente disse a auxiliares que vai esperar os aliados se entenderem primeiro, para depois mudar a equipe.