O Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) detectou sobrepre�o de R$ 673 milh�es nas obras das unidades de coqueamento retardado da Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, tocadas por um cons�rcio integrado pela empreiteira Camargo Corr�a, investigada na Opera��o Lava-Jato, e a CNEC Engenharia.
Os auditores do tribunal analisaram itens que custaram R$ 1,4 bilh�o � Petrobras. O valor inflado irregularmente corresponde, portanto, a quase a metade dos componentes, que poderiam ter sa�do a R$ 785 milh�es � estatal. O contrato e seus 16 aditivos alcan�aram, no total, R$ 3,8 bilh�es.
Conforme o grupo de componentes analisado, o tribunal detectou que o sobrepre�o chegou a at� 174%. Em seu voto, o ministro Benjamin Zymler destacou que os porcentuais excedem - e muito - os valores por ora apurados na investiga��o do esquema de corrup��o da Petrobras.
"Na Lava Jato, � dito e repetido que as propinas corresponderam a 1%, 2%, 3% dos contratos. Estamos falando de 114%. Os n�meros s�o muito maiores que esses absurdos n�meros que nos causam perplexidade. Muito provavelmente v�o superar a casa de dezenas milh�es de reais", comentou.
A auditoria do TCU foi poss�vel a partir do compartilhamento de informa��es da 13ª Vara da Justi�a Federal no Paran�, que conduz as a��es da Lava-Jato na primeira inst�ncia. O tribunal analisou os contratos e cruzou informa��es com as notas fiscais apresentadas pelas empresas.
Em decis�o aprovada nesta quarta-feira, o TCU instaurou uma Tomada de Contas Especial (TCE), procedimento legal que permite ao setor p�blico identificar respons�veis por danos ao er�rio e buscar o ressarcimento.