
S�o Paulo - A Justi�a Federal do Paran� condenou nesta segunda-feira o ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerver�, os lobistas Fernando Baiano Soares, ligado ao PMDB, e Julio Camargo, delator que acusou o presidente da C�mara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de pression�-lo por uma propina de US$ 5 milh�es, em 2011. Cunha n�o � r�u na a��o. Ele det�m foro privilegiado perante o Supremo Tribunal Federal (STF) e est� sob investiga��o da Procuradoria-Geral da Rep�blica.
Moro comunicou sua decis�o condenat�ria ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo. O juiz tomou essa medida para recha�ar a investida das defesas de Cerver� e Baiano, que tentaram puxar o processo para a Corte m�xima, sob alega��o de que no processo sob a sua guarda houve a cita��o ao parlamentar.
Em senten�a, o juiz S�rgio Moro, que conduz as a��es da Opera��o Lava Jato, imp�s a Cerver� 12 anos, tr�s meses e 10 dias de reclus�o pelos crimes de corrup��o passiva e lavagem de dinheiro. Esta � a segunda condena��o de Cerver�. Em maio, o juiz Moro aplicou cinco anos de pena ao ex-diretor, pelo crime de lavagem de dinheiro na compra de um apartamento de luxo em Ipanema, no Rio.
O doleiro Alberto Youssef, personagem central da Lava Jato, que tamb�m era acusado na mesma a��o, foi absolvido.
O Minist�rio P�blico Federal sustenta que, em julho de 2006, Julio Camargo, agindo como representante do estaleiro Samsung Heavy Industries Co, da Coreia, “logrou conseguir junto � Petrobras que a empresa em quest�o fosse contratada para o fornecimento de um navio sonda para perfura��o de �guas profundas (Navio-sonda Petrobras 1000)”.
O contrato teria sido obtido mediante o oferecimento de propina de US$ 15 milh�es � diretoria da �rea Internacional da Petrobras, ocupada na �poca por Nestor Cerver�, com a intermedia��o de Fernando Baiano.
Baiano, apontado como bra�o do PMDB no esquema de corrup��o que se instalou na Petrobras entre 2004 e 2014, pegou 16 anos, um m�s e 10 dias de reclus�o.
Julio Camargo, o delator, foi condenado a 14 anos de reclus�o, mas beneficiado pela colabora��o prestada � Lava Jato, teve sua pena reduzida para cinco anos em regime aberto. Ter� de cumprir as seguintes condi��es: “presta��o mensal de trinta horas de servi�os comunit�rios a entidade p�blica ou assistencial; apresenta��o bimestral de relat�rios de atividades; comunica��o e justifica��o ao Ju�zo de qualquer viagem internacional nesse per�odo.”
Alberto Youssef, um dos delatores da Lava Jato, foi absolvido do crime de lavagem de dinheiro “por falta de prova suficiente de que as opera��es de lavagem a ele imputadas na den�ncia dizem respeito � propina dos contratos de fornecimento dos navios-sondas, enquanto as por ele confessadas n�o est�o descritas na den�ncia”.
O advogado de Nestor Cerver�, Edson Ribeiro, informou que a decis�o do juiz j� era esperada e ir� recorrer. "Vou at� o fim. O que n�o falta, n�o s� nesta a��o, como na anterior, s�o v�rias nulidades. A outra j� recorri e estou apresentando as raz�es de apela��o. Enquanto eu for advogado de Nestor Cerver�, n�o haver� dela��o premiada. N�o tenho nada contra, mas eu sou contra a utiliza��o de pris�es preventivas para a obten��o de dela��o. � um m�todo antidemocr�tico.”