Inclu�do de vez na crise pol�tica ap�s a cria��o de uma Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) para apurar sua atua��o, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico (BNDES) distribuiu para todos seus funcion�rios, na semana passada, um livreto com perguntas e respostas sobre pol�micas envolvendo a institui��o, como o financiamento de obras de construtoras brasileiras no exterior e a opera��o Lava-Jato.
Segundo a introdu��o da publica��o distribu�da internamente, � qual o jornal teve acesso, o prop�sito do livreto � explicar "de maneira detalhada" as a��es do banco, "corrigindo alguns equ�vocos que v�m sendo disseminados". "A leitura deste livreto pode ajud�-lo a contribuir com a dissemina��o de informa��es corretas e precisas sobre o BNDES", diz a introdu��o do impresso, que tem oito p�ginas.
As perguntas e respostas passam por todos os assuntos pol�micos envolvendo o BNDES. Al�m da pr�pria CPI, l� est�o a opera��o Lava Jato; o apoio � forma��o de multinacionais brasileiras, que ficou conhecido como pol�tica de "campe�es nacionais"; suspeitas de tr�fico de influ�ncia; o financiamento a obras de infraestrutura em outros pa�ses; a concentra��o de financiamentos � Odebrecht; os empr�stimos ao grupo do empres�rio Eike Batista; sigilo banc�rio; transpar�ncia; e os aportes do Tesouro Nacional, que desde 2009 tornaram-se a principal fonte de recursos do banco.
Editado pelo Departamento de Divulga��o, o livreto teve tiragem de 3 mil exemplares e foi distribu�do para todos os empregados do banco de fomento. Segundo F�bio Kerche, assessor da Presid�ncia do BNDES, a publica��o foi exclusivamente uma a��o de comunica��o interna.
Al�m disso, Kerche ressaltou que o conte�do do livreto j� fazia parte da estrat�gia de comunica��o oficial do BNDES sobre esses pontos. As informa��es compiladas no impresso j� vinham sendo usadas em notas oficiais � imprensa e postagens das redes sociais, como Facebook e Twitter.
O livreto come�a dizendo que n�o h� nenhuma den�ncia contra o BNDES a ser apurada na CPI e que o banco n�o vai parar por causa das investiga��es. "Mas poder�o surgir demandas por informa��es de sua �rea com mais frequ�ncia e urg�ncia para serem atendidas", diz um trecho.
A opera��o Lava-Jato � o �ltimo tema a ser citado. � pergunta sobre a possibilidade de o BNDES "quebrar junto" de empresas envolvidas que venham a falir, o texto responde que "todos os financiamentos" t�m "garantias s�lidas". O mesmo vale para os empr�stimos �s empresas de Eike: "O BNDES n�o teve nenhuma perda em suas opera��es de financiamento a empresas do grupo EBX".
Sobre a pol�mica dos empr�stimos para as obras no exterior, o BNDES refuta a compara��o entre os juros praticados no Brasil e os oferecidos para outros pa�ses contratarem construtoras brasileiras e cita o financiamento da ag�ncia de fomento �s exporta��es da Su�cia, a SEK, � compra da nova gera��o de ca�as da For�a A�rea Brasileira, fabricados pela Saab. Depois de uma disputa com o Minist�rio da Fazenda, a SEK aceitou diminuir os juros.
"A taxa era de 2,54% ao ano e caiu para 2,19% ao ano. Para que se tenha uma compara��o, no financiamento �s exporta��es brasileiras para o metr� de Caracas, na Venezuela, por exemplo, os juros cobrados pelo BNDES s�o de 4,62% ao ano", diz o livreto.