Um pacto de governabilidade a favor da presidente Dilma Rousseff, negociado por for�as pol�ticas como o PMDB e at�, de modo informal, pelo PSDB, � a melhor solu��o para a crise pol�tica, diz o economista Luiz Carlos Mendon�a de Barros, ex-ministro das Comunica��es do governo Fernando Henrique Cardoso, em entrevista ao Broadcast, servi�o de not�cias da Ag�ncia Estado.
Em sua avalia��o sobre os impactos da crise pol�tica sobre a economia nos pr�ximos meses, Mendon�a de Barros diz que o pa�s vive duas crises: uma gerada pelo fim do modelo de crescimento calcado no consumo. A outra causada pelo fim da hegemonia pol�tica do PT, que durou 14, 15 anos. Passadas as elei��es, diz o economista, a economia entrou num ajuste que j� deveria ter come�ado h� mais tempo. "A crise pol�tica foi gerada pela frustra��o com a economia e agravada pela Lava Jato. Teremos a atividade em dificuldades por pelo menos mais um ano, decorr�ncia normal do ajuste econ�mico.", afirma.
Mendon�a de Barros admite que a crise econ�mica pode ficar mais prolongada por causa da crise pol�tica. "dentro desse quadro que ocorre a crise advinda do fim da hegemonia pol�tica do PT e da falta de governabilidade que se estabeleceu no governo Dilma", diz. Agora, segundo ele, o que come�a a aparecer � que h� uma tentativa de constru��o de governabilidade enquanto a economia sofre pelo ajuste. "Estamos no in�cio do que seria esse 'acord�o'. Claramente, h� uma consci�ncia de boa parte da sociedade de que n�o � hora de provocar ruptura institucional. E seria interessante que Dilma tivesse condi��es de gerir o ajuste econ�mico at� os frutos, que v�o aparecer.", completa.
Impeachment
Em rela��o aos pedidos de impeachment da presidente Dilma nas manifesta��es, ele avalia que, por enquanto, n�o h� motivo para isso. Hoje, diz, h� tr�s op��es para lidar com essa crise dupla: um grupo defende dar o m�nimo de governabilidade para a presidente continuar o ajuste por mais um ano e meio. Outro acha que a estabiliza��o da governabilidade deve ir um pouco mais longe, chegando �s elei��es de 2018. E um terceiro avalia que j� existem motivos para interromper o governo e gerar, ningu�m sabe direito como, uma nova governabilidade. "A solu��o mais correta e adequada � um pacto de governabilidade para a presidente.", afirma. Poderiam participar desse pacto o PMDB, a base aliada e "talvez o PSDB, se n�o formalmente, informalmente."
Questionado sobre se o ex-presidente FHC e o senador Jos� Serra apoiariam, Mendon�a de Barros devolve a quest�o: "Ah, n�o sei... Voc� vai perguntar para eles." E o pr�prio Mendon�a de Barros, defende isso? "Acho que sim. Mas essa governabilidade fica na depend�ncia de n�o aparecer algum crime envolvendo a presidente. Numa democracia, na hora em que existe um fato concreto e � conhecido um crime, n�o � poss�vel dizer: ‘Ah, n�o, ent�o continua mais um pouco porque preciso de governabilidade’.
Pedaladas
Mendon�a de Barros diz que as diferen�as entre as pedaladas fiscais de FHC e Dilma est� no fato de que, na poca do FHC, havia uma grande dificuldade em manter o or�amento como estava na lei or�ament�ria, porque a aten��o do governo estava voltada para a estabiliza��o. J� em rela��o �s pedaladas de Dilma, segundo ele, ficou uma coisa institucional. "N�o � mais uma situa��o com que se depara no fim do exerc�cio, por um crescimento menor que o previsto. No caso de Dilma, os gastos que foram pedalados n�o eram obrigat�rios, eram volunt�rios, de programas sociais. O mais grave, o que diferencia a pedalada do FHC das de agora, � o car�ter da legalidade. A pedalada de FHC n�o poderia ser classificada como ilegal", completa. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.