Em jantar realizado na noite desta segunda-feira no Pal�cio do Alvorada, parte dos vice-l�deres da base aliada na C�mara cobrou da presidente Dilma uma maior autonomia para se negociar com os ministros temas de interesse dos deputados. A iniciativa do encontro, realizado um dia ap�s as manifesta��es contra o governo em todo o pa�s, faz parte da estrat�gia da petista de intensificar a aproxima��o com integrantes da base aliada e evitar a vota��o da chamada "pauta-bomba" no Congresso, capaz de acentuar ainda mais a crise pol�tica e econ�mica.
O jantar contou com a presen�a do vice-presidente, Michel Temer, dos 10 vice-l�deres da C�mara e ministros. Uma semana antes, Dilma tamb�m promoveu na resid�ncia oficial encontro com integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Senado.
Na reuni�o da noite passada, ela abriu espa�o para os vice-l�deres do governo colocarem as principais reivindica��es dos deputados que integram a base aliada. "Cada um falou um pouco. A t�nica foi de n�s termos mais autonomia.
A petista tamb�m aproveitou a reuni�o para voltar a cobrar responsabilidade por parte da C�mara na discuss�o das propostas que podem causar impacto no Or�amento da Uni�o. "A presidenta est� querendo realizar o maior di�logo da hist�ria do Brasil. Na sua fala, e todos n�s, na mesma linha, pediu colabora��o nessa coopera��o inter poderes para pensar o Pa�s. Deixemos as querelas partid�rias de lado e pensemos o Pa�s. Este � o desejo da presidenta", disse o l�der do governo na C�mara, Jos� Guimar�es (PT-CE), ap�s o jantar. "Foi uma reuni�o de compromisso e comprometimento com o Pa�s. Saio muito animado porque vi e ouvi de muitos l�deres que n�o iam ceder a press�es corporativistas, n�o iam ter medo de galeria lotada e, antes de votar, iam pensar no custo-pa�s", emendou o vice-l�der do governo, Silvio Costa (PSC-PE).
Os apelos da presidente Dilma ocorreram horas depois de o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), declarar que ser� votado nos pr�ximos dias em plen�rio o projeto que muda a remunera��o das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi�o (FGTS). "� o primeiro item da pauta e vai ser apreciado, para o bem ou para o mal", avisou o peemedebista. O governo � contra a proposta, que dobra a remunera��o atual das contas vinculadas ao Fundo e pode afetar programas sociais como o Minha Casa Minha Vida.
No encontro com os deputados, Dilma adotou estrat�gia encampada pelos ministros palacianos e deu um ar de naturalidade ao falar sobre as manifesta��es contra o governo realizadas ontem em todos os Estados do pa�s.
Segundo relatos, ela repetiu o discurso de que foi eleita pelo voto popular e que os protestos fazem parte do "jogo democr�tico". Um tom semelhante foi utilizado pelo ministro da Secretaria de Comunica��o Social da Presid�ncia da Rep�blica, Edinho Silva nesta segunda feira. Em entrevista aos jornalistas, o ministro disse que o governo tem lidado com as manifesta��es "como fato natural dentro do regime democr�tico" e que reconhece a import�ncia dos protestos de ontem.