
Bras�lia - O ministro mais antigo do Supremo Tribunal Federal (STF), o chamado decano, criticou a situa��o �tica brasileira nessa ter�a-feira (18), quando a 2ª Turma rejeitou pedido para soltar o lobista Fernando “Baiano” Soares — condenado por receber propina na contrata��o de navios para a Petrobras. O ministro Celso de Mello afirmou que a corrup��o est� “impregnada” em algumas legendas ou �rg�os do governo.
“Este processo de habeas corpus parece revelar um dado absolutamente impressionante e profundamente preocupante, o de que a corrup��o impregnou-se no tecido e na intimidade de alguns partidos e institui��es estatais, transformando-se em conduta administrativa, degradando a pr�pria dignidade da pol�tica, fazendo-a descer ao plano subalterno da delinqu�ncia institucional”, disse ele.
Baiano n�o conseguiu sair da pris�o. Foi detido em novembro, poucos dias depois da Opera��o “Ju�zo Final”, a 7ª fase da Lava-Jato. Na segunda-feira (17), o juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, S�rgio Moro, o condenou a 16 anos de cadeia por corrup��o e lavagem, al�m do pagamento de multa de R$ 2 milh�es.
No julgamento, Mello disse que a situa��o da Petrobras � grave. “A comprovar-se tal pr�tica vergonhosa, estar�amos em face de uma n�doa indel�vel, afetando o car�ter e o perfil da pol�tica nacional.”
VAZAMENTO A revela��o de que a empresa de palestras do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva recebeu R$ 27 milh�es nos �ltimos quatro anos, sendo R$ 9,85 milh�es de empreiteiras investigadas na Opera��o Lava-Jato, motivou uma apura��o de vazamento de informa��es. Nessa ter�a-feira (18), o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, determinou � Pol�cia Federal que abra um inqu�rito para saber porque a movimenta��o financeira da empresa LILS foi obtida pela revista Veja. A investiga��o foi pedida pelo Instituto Lula.
Em reportagem publicada no �ltimo fim de semana, a Veja mostrou que, de 2011 a 2015, a firma do ex-presidente teve uma movimenta��o, entre cr�ditos e d�bitos, de R$ 52 milh�es. Entre as empresas que mais fizeram repasses para a LILS, est�o as empreiteiras Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS e Camargo Corr�a, todas acusadas de pagarem propina a pol�ticos e funcion�rios da Petrobras para obterem contratos na estatal. O relat�rio do Coaf sobre “classifica a movimenta��o financeira da empresa de Lula como incompat�vel com o faturamento”, informa a revista. A assessoria do Instituto Lula disse que o documento afirma que o conselho considerou a movimenta��o “at�pica”.
A entidade informou que o ex-presidente fez sete palestras para a Odebrecht e quatro para a Camargo Corr�a. O instituto divulgou nessa ter�a-feira (18) � noite as 41 empresas que contrataram 70 palestras de Lula, que ainda anunciou ter participado de 200 confer�ncias gratuitas no per�odo. “As palestras de Lula foram contratadas por algumas das maiores e mais respeitadas empresas de v�rios setores econ�micos, do Brasil e do mundo”, destacou a entidade em nota. “Por exemplo: Microsoft, Ita�, Infoglobo, Santander, Ambev, Telef�nica, Iberdrola e Telmex.”
Uma das clientes foi o estaleiro Quip, formado pela Queiroz Galv�o, UTC, Iesa e Camargo Corr�a. A empresa, que pagou R$ 378 mil � firma de Lula por palestra motivacional, segundo a Veja, constr�i plataformas de petr�leo para a Petrobras.