Na den�ncia oferecida ao Supremo Tribunal Federal contra o presidente da C�mara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a Procuradoria-Geral da Rep�blica detalha um pagamento feito � Assembleia de Deus, cujo destinat�rio seria o peemedebista. O dinheiro, segundo as investiga��es, foi depositado pelo lobista J�lio Camargo � igreja sob falsa alega��o de doa��o religiosa.
Na pe�a encaminhada ao STF, o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, relata que "n�o h� d�vidas de que as transfer�ncias foram feitas por indica��o de Eduardo Cunha" para pagamento de parte do valor da propina referente �s sondas.
"� not�ria a vincula��o de Eduardo Cunha com a referida igreja", escreveu Janot. De acordo com a PGR, o diretor da igreja perante a Receita Federal � irm�o do pastor da Assembleia de Deus em Madureira, no Rio, igreja que Cunha frequenta. Foi nesta igreja que Cunha celebrou sua elei��o para a presid�ncia da C�mara.
"� digno de nota que J�lio Camargo nunca havia feito anteriormente doa��es para a Igreja Evang�lica Assembleia de Deus, nunca frequentou referida Igreja e professa a religi�o cat�lica", escreve Janot. As press�es direcionadas a Cunha cessaram ap�s o pagamento � Igreja, de acordo com a den�ncia, e quando o peemedebista encontrou J�lio Camargo - que fez acordo de dela��o premiada - em um hotel no Rio cumprimentou o lobista "de maneira efusiva" e se "colocou � disposi��o", de acordo com depoimento de Camargo.
Cunha foi denunciado por Janot por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro, acusado de receber propina no valor de US$ 5 milh�es para viabilizar a constru��o de dois navios-sondas da Petrobras, no per�odo entre junho de 2006 e outubro de 2012. Cunha teria recebido vantagem para facilitar e viabilizar a contrata��o do estaleiro Samsung, respons�vel pela constru��o de navios-sonda. A intermedia��o foi feita pelo operador do PMDB no esquema, Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. A propina foi paga pelo lobista J�lio Camargo.