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Estado de Minas

'Ministro sem pasta' tenta frear CPIs

O assessor especial da Presid�ncia Giles Azevedo reuniu-se na quarta-feira em seu gabinete com deputados do PP, PMDB, PT e PC do B para orientar a estrat�gia governista


postado em 24/08/2015 10:07 / atualizado em 24/08/2015 11:40

Bras�lia - Enquanto o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) ensaia deixar o posto de articulador pol�tico do Pal�cio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff (PT) escalou um "ministro sem pasta" para atuar no varejo da rela��o com o Congresso e montar a blindagem do governo nas Comiss�es Parlamentares de Inqu�rito (CPIs) criadas pelo presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), depois dele romper com o governo.

O assessor especial da Presid�ncia Giles Azevedo reuniu-se na quarta-feira em seu gabinete com deputados do PP, PMDB, PT e PC do B para orientar a estrat�gia governista na CPI que investiga supostas irregularidades na concess�o de empr�stimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) entre 2003 e 2013. Segundo relatos de participantes do encontro, Giles cobrou empenho e chegou a ligar para ministros, l�deres e dirigentes partid�rios.

Nas conversas, pediu que as siglas aliadas substituam os deputados que n�o se empenharem em frear a ofensiva da oposi��o para constranger Dilma e o PT. Na semana passada, uma articula��o entre peemedebistas e tucanos resultou na cria��o de quatro sub-relatorias na comiss�o - todas entregues � oposi��o.

Os agraciados foram Cristiane Brasil (PTB-RJ), filha do ex-deputado Roberto Jefferson (que denunciou o mensal�o), Alexandre Baldy (PSDB-GO), Andr� Fufuca (DEM-MA) e Andr� Moura (PSC-SE), que integra a tropa de choque de Eduardo Cunha na C�mara.

A manobra resultou no enfraquecimento do relator, Jos� Rocha (PR-BA), que � governista, e deixou o Pal�cio do Planalto em alerta. A CPI quer convocar, entre outros, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, seu filho, F�bio Lu�s, os ex-ministros Miguel Jorge (2007-2010) e Fernando Pimentel (2011-2014) e empres�rios como Marcelo Odebrecht e Eike Batista.

A comiss�o tem uma reuni�o de trabalho marcada para manh� e, na quinta-feira, ouvir� o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. A avalia��o dos petistas e demais aliados � de que a CPI n�o tem um objeto claro, por isso tenta criar fatos.

"Enquanto a CPI da Petrobras corre atr�s da Lava Jato, a do BNDES n�o tem fatos concretos. Por isso tentam fazer essas convoca��es para terem notoriedade", diz o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), segundo-vice-presidente da CPI.

Na reuni�o com deputados da semana passada, Giles disse que � poss�vel virar o jogo na CPI se os deputados governistas souberem aproveitar a ocasi�o para defender a atua��o e os pressupostos do BNDES.

A ideia � comparar a estrat�gia do banco com o per�odo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) que, segundo os petistas, teria atuado com foco nas privatiza��es.

Outro ponto de preocupa��o � a CPI dos Fundos de Pens�o, criada para investigar ind�cios de manipula��o em fundos de pens�o complementar. Assim como no caso do BNDES, a comiss�o tamb�m foi criada por Cunha depois do rompimento com o governo Dilma.

Curinga

Em outra frente, Giles tamb�m estaria, segundo relatos de deputados, conversando com parlamentares do baixo clero e l�deres de pequenas siglas para sedimentar, "pela base", o projeto de recomposi��o do bloco aliado.

A movimenta��o do assessor especial vem sendo feita de forma discreta e � revelia do vice-presidente, Michel Temer.

Chefe de gabinete de Dilma no primeiro mandato, Giles assumiu o cargo de assessor especial em 2015. Avesso aos holofotes, ele participa das reuni�es mais importantes do n�cleo pol�tico do Pal�cio do Planalto. Nessas ocasi�es, mais ouve do que fala. Ele tamb�m assumiu, em janeiro, a fun��o de conselheiro da empresa Itaipu Binacional no lugar do ex-tesoureiro do PT Jo�o Vaccari Neto, preso na Opera��o Lava Jato.

Giles integrou o comando da campanha pela reelei��o de Dilma em 2014. A reportagem tentou contato com o assessor especial, mas n�o obteve resposta at� a conclus�o desta edi��o.


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